segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Fechando o balanço

2011 foi um ano estranho para os lados da Azenha. Uma sequência de situações profundamente lamentáveis minou o ânimo da grande maioria dos torcedores, que esperavam que este ano que se encerra fosse o ano da virada, da retomada dos grandes títulos, principalmente tendo em vista a grande campanha na reta final do ano passado. Não dá para dizer que deu tudo errado, seria admitir uma preposição para o trágico, que aqui não se aplica. Contudo, havia um planejamento emocional dos torcedores e, acima de tudo, havia uma [enorme] esperança, que não se cumpriu, com requintes de tortura para o já machucado coração dos gremistas. É mais um ano, não para se esquecer, mas para aprender com os erros, e tentar recomeçar em 2012, com ânimo, planejamentos emocionais e esperança renovadas.

O king-kong do começo do ano foi recebido com festa da minha parte; apesar de não querer o retorno de Ronaldinho, admito que a perda do meia-atacante para o Flamengo foi vergonhosa, pela negociação em si, e não culpo a trupe dos Assis Moreira - os caras eram renomados pilantras, e os seus interesses se resumiam apenas ao crescimento em progressão geométrica da conta bancária. O mesmo se aplica ao "caso Jonas", que tinha uma multa recisória ridícula [créditos ao ex-presidente Duda Kroeff] e, claro, em vias de entrar em uma fase da carreira onde a queda de rendimento era eminente, achou muito importante uma experiência [e benefício$] na Europa e se foi para a Espanha. O erro foi não reforçar-se como deveria para a disputa de uma Copa [aí os créditos vão para o atual presidente], além de ser criada uma imbecil guerra de bastidores, Odone vs Portaluppi.

Mandou quem pode, obedeceu quem teve juízo [até determinado ponto] e chorou o torcedor. Eu tenho lembranças claras do Grêmio em Libertadores desde 1998, e digo com segurança: NUNCA o Grêmio Foot-ball Porto Alegrense entrou em campo tão mal representado em uma partida de Copa. Fomos decidir uma vaga para as quartas-de-final, precisando vencer por 2 gols, e escalando como dupla de ataque [sic] Lins e Júnior Viçosa. Fomos jogar a liderança do grupo, contra o fraco Oriente Petrolero, na Bolívia, e voltamos com 3 gols na sacola. Não vencemos, ainda que fora de casa, o estreante em competições internacionais León de Huánuco, do Peru. Aliás, não ganhamos NENHUM jogo fora de casa na Libertadores '11. Pelo menos durante os jogos fora a cerveja é liberada...

Dizia anteriormente sobre obediência até determinado ponto, pois Renato Portaluppi abusou das suas convicções um tanto questionáveis. Para uma determinada parcela da torcida, Renato não era [é] somente o Rei do Rio de Janeiro, mas era o Rei do Rio Grande do Sul, ainda que apenas da parte azul dele, e diziam "amém" para opções bizarras do treinador futevoleiboleiro [sic]. Na minha modesta opinião, se ele mantivesse a estrutura com a qual venceu o 1º GREnal das finais do Gauchão, com um 4-3-3 bem estruturado, talvez tivessemos tido mais sorte na sua passagem. Entretanto, o vírus do 4-4-2 em losango já havia sido encrustado no grupo, e não creio que houvesse o que ser feito. Também não sou fã de exaltar o "se" por aqui, gosto mais de comentar os fatos, é mais simples e não me exige muita imaginação.

O fato é que o time corria grandes riscos nas mãos de Renato Portaluppi, vinha em aguda queda livre, sem perspectivas de melhora. Perder o Gauchão em casa, e ser eliminado de forma melancólica da Libertadores não foi o suficiente, ainda tinha que deixar a maionese começar a desandar no Brasileirão. Lá pelas tantas não deu mais, a situação ficou insustentável, e se fez uma experiência com o aprendiz de bicheiro e auxiliar técnico nas horas vagas Julinho Camargo. Nem vou me prestar a resgatar a campanha do rapaz comandando o Grêmio, cerca de 1 mês, e apenas 1 vitória, contra o Coritiba; se minha memória não me trai, ele foi o técnico que conseguiu a proeza de empatar com o América/MG, no Olímpico.

No seu lugar, Celso Roth, o Cláudio Duarte da 2ª década dos anos 2000. A missão era deixar o time tranquilo, e, pelo menos garantido na Série A do ano que vem. Ali a motivação e o ano tinham ido para o vinagre, os objetivos tinham se tornado minúsculos, em comparação ao final do ano passado. O time até conseguiu alguns resultados, que o colocaram na metade de cima da tabela, mas sem nenhuma estabilidade; Pelaipe voltou, trouxe alguns reforços, nada demais para voos mais altos, mas a direção já tinha estabelecido que jogar a 1ª Divisão de 2011 era o mais importante. A meta foi alcançada na vitória sobre o Flamengo, por 4-2, em mais um fiasco sobre o qual já falei por aqui, apesar do ótimo resultado, em CNTP [Condições Normais de Temperatura e Pressão].

A partir daí, o time, o clube, a torcida, todo mundo pareceu largar de mão e o time foi arrefecendo, e não vence desde então. As atuações tornaram-se fraquíssimas, mesmo no Olímpico. Houve apenas 1 jogo onde o time mostrou empolgação, na derrota por 5-4 contra o Fluminense, que mais pareceu uma pelada de solteiros vs casados - talvez este espírito motive mais os atletas do que defender as cores do clube, quem sabe? Nos 2 últimos jogos em casa, em 2 tardes modorrentas, abafadas, o time foi preguiçoso, e conseguiu não vencer Atlético/GO e Ceará, turistas na Série A para quem o Grêmio já havia perdido longe de seus domínios. O pior é ver a tabela final do campeonato e constatar que, pelos jogos que o Tricolor teria no fim, dava para almejar algo maior. Entretanto, é óbvio que não seria nem um pouco merecido.

O time termina o Brasileirão na 12ª colocação, com 48 pontos [13V, 9E, 16D], 24 em cada turno. Nota-se, analisando friamente, que a campanha em Porto Alegre [33P; 9V, 6E, 4D] comprometeu as pretensões do clube, até porque jogando fora o Grêmio não foi o fiasco de algumas temporadas atrás [15P; 4V, 3E, 12D]. Com 15 vitórias em casa, o time teria chegado no G5. Por exemplo, o Fluminense teve 15 derrotas [!] e foi 3º colocado - importante ressaltar que foram apenas 3 empates, todos fora. Mais números: em 2011, somando Gauchão, Libertadores e Brasileirão, o Grêmio jogou 71 vezes, com 30 vitórias, 17 empates e 24 derrotas; encerra a temporada em sua pior série sem vitórias, 6 jogos; fez seu último jogo em Libertadores da América no Olímpico, terminando com uma derrota por 1-2 contra a Universidad Católica/CHI [ao todo, 64P; 45V, 13E, 6D].

Assim finaliza-se o ano. Um ano onde o Grêmio diminui ainda mais, e não faço qualquer comparação com adversários, este apequenamento se dá em comparação a si próprio, com suas glórias passadas, que a cada ano que passa ficam na poeira do esquecimento. 2011, como eu disse anteriormente, não deve ser esquecido, pois são com nossos erros que aprendemos, efetivamente. Espero, sinceramente, que a direção tenha aprendido com as burradas cometidas neste ano, e pense mais no clube que eles estão comandando do que nos nossos rivais. ESQUEÇAM OS RIVAIS. O nosso clube é infinitamente maior que isto. E peço desculpas pelo extenso texto. Muitas das coisas escritas vocês já sabem, estão carecas de saber, diga-se de passagem. Que siga o baile.

3 comentários:

  1. Cara admito q a Administração foi fiasquenta!
    Mas tu viu o lance do pênalti onde o Douglas ficou andando em campo! Fingindo uma fisgada!
    Acho um jogador que pode fazer a diferença mas só quando ele quer!
    Vai além os problemas do Gremio!

    Adriano

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  2. Oi Jhon!
    Já leio vcs a um certo tempo mas nunca postei e acho q o problema do Grêmio é o grupo cansado q se acham "pop stars" e não são!
    Pra mim o Grêmio tem que manter apenas o Vitor e manda muita gente embora e valorizar as categorias de base! Quem foram os melhores em campo: Fernando, M.Fernandes e Saimom. Vê só categoria de base! Tem que parar de contrata esses mercenários trintões que querem ganha muito e não jogam nada!
    O Inter sempre vende alguém por muitos Euros e te pergunto qual foi ultima venda significantiva do Grêmio hã!
    Não existe por que não tem!

    Paulo Fraga.

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  3. O que será de um time que já não gosta de seu 10 faz um bom tempo? Agente precisa se unir! A torcida não gosta da direção, do Douglas e ta tudo uma bagunça! Tirando a Arena o Grêmio ta uma bagunça! Tem que voltar o Fabio Koff! Que me deu TITULOS! TAÇAS! FAIXA NO PEITO!
    O Grêmio precisa disso.
    E o Carlos tem que para de falar só de futebol não da certo. Prefiro ele falando de mulher...ehehe

    Gabriel Bortolino.

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