segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Vergonha

Fiasco nas arquibancadas do Olímpico. Parafraseio a torcida do Flamengo: "e ninguém cala/esse chororô/chora o corneteiro/chora o barra-brava/chora o secador". Lamentável o que aconteceu ontem. Nem vou falar de como as coisas sucederam dentro do campo, é irrelevante. Pena que o clube Grêmio Foot-ball Porto Alegrense não motiva tanto seu torcedor quanto um ex-ídolo. Torcida de time pequeno, merece receber Anapolinas e Náuticos até o fim dos dias. Parabenizo por antecipação aqueles que irão ao jogo contra o Palmeiras, e os que foram a jogos contra Avaí, América Mineiro, Bahia... Estes sim vão ao Olímpico porque o GRÊMIO está em campo. Os demais, principalmente os que foram apenas contra o Flamengo, ou melhor, contra o Ronaldinho, merecem o mesmo desprezo destinado ao craque rubro-negro.

domingo, 30 de outubro de 2011

Vitoria...

Vitoria... Mais 3 pontos para a conta do time colorado. O Inter neste domingo não fez uma grande partida... Tampouco deu espetáculo mas "venceu" e fez a sua parte coisa que não acontecia. O Inter mesmo sem seu camisa 10 D´Alessandro, Nei e Moledo conseguiu voltar para casa com a "vitoria" nome de menina formosa, fogosa, apetitosa e outros "OSA´s" mas muito diferente de tantas "belas vitorias" essa foi magrinha, sem graça, quase sonolenta... Mas não importa... O importante que o Inter teve atitude, bravura de um adolescente do segundo grau e assumiu a sua "vitoria" e pegou pela mão sim pela mão atravessou a sala de aula e por surpresa do Inter ela não se intimidou e finalmente conseguiu voltar para casa com ela... A vitoria claro... Pois como um adolescente indeciso o Inter chegava, dava 3 beijinhos e ia até esquina e nada... nada... e assim ficou por muitas rodadas amargando esse sofrimento... Mas hoje não hoje o Inter conseguiu... Quando todos já esperando por mais um dia de amargura o Inter se "ajudou"... Sim ajudou a "si próprio" que é a melhor ajuda que se pode ter... Quando isso acontece tudo fica mais fácil.
E o bom lateral Kleber foi o que colocou o basta nesse "drama juvenil"... Lembrou-se dos tempos de Santos e se ajudou também passando o meio campo e se "atrevendo" a chutar que é uma de suas qualidades assim fez o gol recebendo a bola do menino Oscar que chegou hoje da seleção sub-20 diferente de suas ultimas apagadas  atuações . Damião voltou ainda sem embocadura mas mesmo assim mostrou mais serviço que o Jô deixando mais tranquilos os colorados para a decisão do próximo domingo no Beira-Rio.
Portanto mais do que nunca a nação colorada vai encher o Beira-Rio e fazer "rugir" para essa decisão contra o time do Fluminense, apoiar do começo ao fim e conquistar a vaga para a competição mais charmosa das Américas...

* Ruindade... Somente essa palavra pode descrever o time do Avaí que mais uma vez levou uma virada e com isso se afundou ainda mais... a esperança é a ultima que morre...E a cada rodada ela respira cada vez menos.

Destaque: Dorival. Sim com Dorival o Inter conseguiu obter um padrão de jogo. Evoluiu taticamente, tecnicamente e o mais importante a "ATITUDE". Dorival é ousado e não têm medo de vencer... Kleber foi muito bem assim como todo o sistema defensivo do colorado.

Destaque negativo: O sistema ofensivo do Inter não jogou bem... Oscar foi bem e nada mais, Andrezinho faz sempre o mesmo feijão com arroz e isso é pouco para as pedreiras que vem pela frente.

Pergunta: Guinãzu merecia ser convocado para a seleção argentina?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Derrotado e invencível

O Apertura '11 nos reserva uma das situações mais peculiares nos últimos tempos, em se tratando dos principais campeonatos nacionais. O tradicionalíssimo Racing, clube do qual este blogueiro é um hincha distante, faz uma das campanhas mais curiosas da história do torneios curtos na Argentina, tendo empatado oito [!] vezes, em 12 partidas disputadas, mantendo-se invicto, na 3ª posição, com 20 pontos, oito a menos que o líder Boca Juniors. Esta sequência se solidifica à medida que o time não consegue se impor, ou transformar sua superioridade em gols, dentro do Cilindro de Avellaneda, uma vez que no mundo ideal, a combinação vitória em casa + empate fora serviria para praticamente dar taça a qualquer time.

O último empate da série aconteceu na noite de ontem, no Juán Domingo Perón, contra o também postulante ao título Lanús. Infelizmente pude acompanhar ao vivo apenas o 2º tempo do jogo, devido a compromissos acadêmicos, mas posteriormente assisti aos melhores momentos do 1º tempo, e posso garantir: canonize-se o goleiro[aço!] Marchesín, responsável direto pelo empate em 1-1 - não fosse ele, teríamos presenciado uma goleada histórica, com menção honrosa a trave, outra avalizadora do empate. Grande atuação de Giovanni Moreno, aos poucos voltando a ser o comandante de L'Academia, como sua imensa categoria lhe permite. O colombiano deu muito trabalho ao goleiro granate, principalmente em bolas paradas; no 1º tempo foram 2 cobranças de falta na trave, fora chutes de longe.

Destaco aqui a péssima atuação do árbitro Delfino, que, aliás, não é a primeira vez que o vejo interferir diretamente no resultado de uma partida. Que arbitragens mais lamentáveis que vemos tendo neste ano, sem favorecer ninguém premeditadamente, é tão somente ruindade dos homens do apito. Ontem, Delfino marcou um pênalti absurdo a favor do Lanús, quando Pelletieri cortou com a cabeça um chute do uruguaio Regueiro, e o árbitro inexplicavelmente marcou toque de mão. Valeri bateu forte, no meio do gol, quase-quase Saja consegue fazer a defesa, mas não deu, Lanús 1 a 0, aos 16'. Daí em diante, como já acontecia anteriormente, só deu Racing, que empilhou chances de gol, consagrando o goleiro do Lanús.

Schurrer ajustou bem o sistema defensivo, entretanto deu o seu campo para o livre trabalho do time local, que criava sempre boas chances, alicerçado pela já ressaltada ótima atuação de Moreno, e pelos bons lances de Toranzo, Hauche e Pillud, fazendo com que os ataques racinguistas fossem concentrados pelo lado direito do campo. Entretanto, mais um erro crasso de Germán Delfino abalou as estruturas, principalmente do bem articulado time de Simeone: Camoranesi deu entrada criminosa em Toranzo, causando revolta dos jogadores do Racing. No meio do bolo, o ex-juventista ainda chutou a cabeça de Pato, que levantou no reflexo, dando a impressão de que reagiria; não reagiu, porém, ignorando o fato, Delfino prepotentemente puxou tarjetas rojas para os 2 jogadores.

Na segunda etapa, seguiu a pressão quase insuportável do time blanquiceleste, ao passo que, sem o escape de Camoranesi, os granate ficaram restritos ao seu campo. Moreno, com alto risco, seguia arquitetando as principais jogadas de ataque, até que aos 13', em ótima jogada de Hauche e Teo Gutiérrez, "El Demonio" aproveitou rebote do chute de Gio, e empatou a partida. Na sequência do lance, Izquierdoz foi expulso, por cair em uma catimba sem noção (e mesmo assim genial) de Gutiérrez, que deu um tapinha na cabeça do goleiro do Lanús. A torcida de La Academia reacendeu, transformando o Juán Domingo Perón em um caldeirão, mas, mesmo assim o aperto constante não deu em nada. Chutes de longa distância, gol feito perdido por Pelletieri, e ficou por aí.

O texto está sendo publicado com um pouco de atraso, tanto que a 13ª rodada já vem sendo disputada. Para variar, o Boca Juniors ganhou, em La Bombonera, 3-1 sobre o vice-líder Atletico Rafaela, com 3 gols de Blandi. Os xeneizes já enxergam longe os concorrentes, com 9 pontos de vantagem sobre o time de Rafaela. O Racing volta a campo hoje, podendo ficar a 8 pontos do líder, isolado na 2ª posição. La Academia vai ao Centenario de Quilmes enfrentar o lanterna Estudiantes de La Plata, as 19h05, no horário local (20h05, no horário de verão brasileiro). Infelizmente não poderei acompanhar nada desta 13ª rodada do Apertura, caso queiram saber mais detalhes, recomendo o ótimo portal Futebol Portenho, que cobre com extrema qualidade o futebol argentino.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Postes, cachorros e caminhos esburacados

Com um pouco de atraso, resolvo comentar alguma coisa, breve, sobre os 2 últimos jogos do Grêmio, que eu solenemente deixei passar batido aqui no blog. Coincidentemente, 2 partidas longe do Olímpico, nas quais o acompanhamento é sempre mais complicado, e qualquer diferencial buscado tende a cair na vala comum do que todo mundo lê e todo mundo ouve. Para um time que não disputa mais nada, 4 pontos em 2 jogos fora de casa, é excelente, considerando-se que falamos do Grêmio, tradicional leão em seus domínios e gatinho fora de Porto Alegre. Alguns me perguntariam, "tá, mas foi contra um time desinteressado e contra o lanterna do campeonato?". Claro que isto deve ser levado em conta, porém comemoro o fato de faltarem apenas 2 pontos para a salvação total. Embora eu crave aqui, em negrito, os rebaixados não terão mais de 42 pontos, logo, do Palmeiras para cima está todo mundo salvo.

O fator circunstancial das partidas foram inversos: o jogo em que o empate seria comemorado como goleada, resultou em vitória, surpreendente, diga-se de passagem; já a partida onde a vitória (e porque não a goleada) era tida como obrigação solene, acabou empatada, decepção em todas as esferas, principalmente entre os torcedores. Uma coisa em comum nas 2 partidas foi a postura retraída do time após adquirir vantagem no marcador, e as constantes invenções nas alterações, claro, tudo na conta do treinador, mais contestado do que nunca. Nesta semana, porém, ele será esquecido um pouco (pela maioria - este blogueiro não esquece, vocês verão...) devido ao jogo contra o Flamengo, mais específicamente contra Ronaldinho. Por mais que eu não goste deste cidadão, acredito que ele não mereça nada além do meu desprezo, e da mesma vaia que destinarei ao Welliton ou ao perna-de-pau do Deivid.

Nos Acréscimos
  • Uma curiosidade da rodada deste último final de semana, que foi uma tendência, foram os postes urinando nos cachorros (como colaborou, com a habitual maestria, meu amigo @lauro7), no sentido de times mais tradicionais pararem em ilustres figurantes. Segue uma breve lista, e conto com a colaboração dos leitores para recheá-la: Hannover 96 2-1 Bayern München, Queens Park Rangers 1-0 Chelsea, Man. United 1-6 Man. City, Avaí 3-2 Botafogo (neste caso, literalmente o cachorro foi mijado), além do monumental fiasco da seleção sub-sei-lá-o-quê do Brasil no Pan-Americano, que conseguiu a proeza de cair na 1ª fase -não, não era mata-mata- do torneio, levando 3 a 1 ao natural da Costa Rica. Vergonhoso!

Errata: a partida a ser acompanhada, entre Racing-Lanús, que eu mencionei que seria no domingo, será na próxima quarta-feira, mas segue a agenda da cobertura deste grande jogo do Apertura '11/12.

domingo, 23 de outubro de 2011

Lenda e querer não é poder...

Assisti apenas o VT do jogo entre Inter e Corinthians pois meu dever para com o ENEM deste fim de domingo foi mais forte. Mas o Colorado jogou bem e poderia ter saído com a vitória, não fosse a falha de Muriel em colocar apenas 2 (DOIS) jogadores na barreira e os méritos do excelente camisa 10 do Corinthians e ex-colorado Alex que com esse gol do meio da rua já fez valer seu investimento.
Dorival foi bem nas substituições, principalmente por adotar um critério que é a ousadia, que foi comprovada ao colocar João Paulo no lugar de Bolatti, tirou Andrezinho exausto e colocou o Tinga e, principalmente, ao tirar Oscar e colocar no jogo o Ilsinho. Assim Dorival mantém uma linha de raciocínio em suas formações táticas. Jô mais uma vez ficou somente no querer e sempre sem poder, caíndo cada vez mais no conceito do torcedor colorado... A luta pelo título virou "lenda" para esse ano... Agora o time da Padre Cacique deverá buscar pontos fora de casa, pois ainda é possível chegar a competição mais charmosa das Américas, a Libertadores. Certamente ficará mais difícil sem o D'Alessandro, Nei e R. Moledo, suspensos para o próximo jogo. Mas time que quer chegar na Libertadores não pode escolher adversário, e cada ponto perdido dentro ou fora do Beira-Rio é fatal.
Portanto, com a volta de Damião, o colorado pode sim chegar a essa vaga de Libertadores, e que conquiste esses pontos por agora para chegar vivo no última rodada, que é contra o Grêmio dentro do Beira-Rio. Dependendo do que acontecer até lá, o time da Azenha vai, como sempre, complicar a vida do colorado que tem que "fazer a sua parte", sem ficar dependendo de ninguém e partir para o "mano-a-mano" com o compatriota gaúcho em um GRENAL que vai sair faísca...

* O Ceará que fazia uma boa campanha vem descendo a ladeira e hoje está no Z4 para sossego da mineirada que vai dormir hoje com menos dificuldade.

Destaques: D'Alessandro, apesar de expulso, jogou muito e Nei, que vem jogando muito ultimamente.

Decepção: Jô ainda está muito inseguro para um 9....

Pergunta: Até quando o Inter vai postergar o contrato com a AG?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Curioso Caso de Equi Miralles

Vem sendo bastante expostas na mídia, nas últimas semanas, as atribulações referentes à passagem do atacante Ezequiel Miralles pelo estádio Olímpico. Do altíssimo valor pago por ele, passando pela novela até sua chegada até o seu não-aproveitamento efetivo por Renato, Julinho e Roth, este último de quem mais se reclama, mas com quem o argentino teve mais oportunidades até o momento. E praticamente não as aproveitou. Foi um jogador que chegou altamente "hypado" do Colo-Colo, do Chile, trazendo no currículo a [relevante] marca de 34 gols em 2010, mas, mesmo assim criticado pela sua torcida, que em partes agradecia aos céus [e ao Grêmio] pela sua saída do clube. Um velho ditado nos ensina que a voz do povo é a voz de Deus...

Tenho o costume de acompanhar bastante as competições internacionais no futebol sul-americano, não me prendendo muito em torneios domésticos, então tenho pouco parâmetro das atuações de Miralles dentro no campeonato chileno. Algumas lembranças me remetem ao título do Everton, em 2008, com o atacante sendo extremamente decisivo e até chamado para a Seleção Argentina, e outras a alguns jogos do Clausura '09, maior momento de Miralles no futebol chileno. Entretanto, ao analisar um reforço, costumo ficar com as últimas impressões do atleta que está chegando, sendo bem simplista, quem gosta de passado é visitante de museu. E, como cantava o grande Cazuza, "o teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor".

Porque foi uma nota [azul,] preta [e branca] que o Grêmio investiu no argentino de 27 anos, natural de Bahía Blanca, mais específicamente US$ 2,5 mi. Estudo Administração, focando bastante nas matérias financeiras, e um princípio básico, quase banal, nos diz que "enquanto maior o risco, maior a possibilidade de retorno", e um valor relevante, como o que foi pago por Miralles, sempre levará o risco de ir por água abaixo. Infelizmente foi, e podem me taxar de ser sem paciência, de ser defensor do Roth, de ser anti-argentinos, do que quiserem. Se eu faço um investimento acima da média, e [pior!] acima das minhas possibilidades, o mínimo que eu espero é que ele dê um retorno aceitável, o que nunca aconteceu.

Nos primeiros jogos é compreensível que se tenha paciência com o cara, ainda mais sendo estrangeiro, com todas as questões de adaptação. Aí vou ver o caso de outros 2 argentinos que vieram do Chile: Darío Conca e Walter Montillo, que pegaram as camisas de Vasco e Cruzeiro, respectivamente, e já saíram jogando em alto nível, e, garanto que não tenham custado tanto quanto o overrated Miralles. Desde o início tinha suspeitas sobre a expectativa de desempenho do argentino, queria que minha língua fosse torrada em chapa a mais de 300°C, mas infelizmente eu estava certo - mais um espécime de Herrera, muita disposição física, pouca disposição técnica e nenhuma disposição tática.

Fico chateado, pois foi um erro de avaliação [entre tantos outros] do meu correligionário Antônio Vicente Martins, desta vez por absoluta pressão de uma torcida impaciente pelos maus resultados do 1º semestre, e que estava sedenta por reforços [ou cabeças rolando - como aconteceria mais tarde]. E mais chateado ainda, pois o jogador não conseguiu se manter valorizado o suficiente para servir como moeda de troca em futura negociação, ou algo do tipo. Sim, por mais absurdo que pareça, tenho convicção que o atleta se desvalorizou dentro e fora de campo. Escudero, por exemplo, ficou muito mais tempo no freezer, se manteve pianinho, mostrou futebol e se consolidou na titularidade.

Muitos torcedores argumentam que os outros jogadores de ataque são insuficientes; concordo, e digo mais: Miralles é o menos pior dos atacantes gremistas, mesmo com todos os seus defeitos. Entretanto a relação custo/benefício do atleta é lamentável, em comparação aos demais, se o argentino tivesse custado o "par de meias" [créd.: @lauro7] que custou Diego Clementino, por exemplo, eu estaria satisfeito e diria, "pô, esse cara até que pode ser um bom reserva, alternativa interessante para meter uma correria de 2º tempo". Contudo, Clementino chegou no clube, aproveitou a boa fase do time, entrava nos jogos e metia gols - contra São Paulo e Atlético/PR; Miralles teve chances contra times mais fracos e marcou apenas contra o América/MG, sendo imbecilmente expulso nesta partida.

Finalizando, aos que culpam Celso Roth por esta situação: para 2012 eu quero Roth, Miralles, Clementino, entre outros, bem longe do estádio Olímpico. Mas em 2011 estes são os que tem, e os que treinam e jogam melhor devem ser escalados. Não gosto de acompanhar treinos, sou da teoria que jogador se escala no campo - considerando isto, Miralles tem rendimento inferior a todos os outros atacantes do elenco, quando entra me lembra aqueles fominhas de pelada de final de semana, pega a bola, baixa a cabeça e, ou tenta driblar o time adversário inteiro, ou tenta um chute [invariavelmente horrível] da intermediária. O argentino ficará até o final do ano, e neste meio tempo eu duvido que ele desmentirá os críticos. Podem me cobrar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Muchas gracias!

Algumas coisas são sensacionais no futebol. No Clausura passado o Belgrano, de Córdoba, como todos sabem, foi o coveiro do Club Atletico River Plate, consolidando o descenso do maior campeão da Argentina para a temível Primera B Nacional. Ontem, este mesmo Belgrano foi enfrentar o Boca Juniors, maior rival Millonario, no mítico estádio de La Bombonera. A barra La 12 tem uma faixa onde se lê "Nunca hicimos amistades", ou algo assim. Pois bem, o clima era de confraternização total entre os torcedores xeneizes e do Pirata, graças aos históricos acontecimentos do mês de junho, ou melhor, de agradecimento por parte dos hinchas de Boca, por proporcionar uma temporada inteira de galhofas intermináveis para cima de seu tradicional inimigo.

No torneio atual, era o confronto do líder absoluto, que tinha nas mãos a chance de abrir 8 pontos sobre seus principais concorrentes, depois de 11 rodadas (!!) transcorridas, botando uma mão e 2 dedos na taça, contra um time recém-promovido, que faz campanha bastante digna, e que, na opinião deste blogueiro, joga o futebol mais eficiente na Republica Argentina neste Apertura, além de ter desempenho impecável fora de casa, estando invicto (3V, 3E). A promessa era de um jogo acima da média do torneio, que vem apresentando jogos lamentáveis, entretanto, Boca Juniors-Belgrano caiu no lugar comum deste Apertura: jogo morno, com muita transpiração, pouquíssima inspiração de parte a parte e 0-0 cravado no placar.

O maior destaque da partida, sem sombra de dúvida, foi o goleiro Olave, figura importantíssima na campanha do Ascenso e, principalmente, na Promoción. Sempre seguro nas intervenções, ainda fez um verdadeiro milagre na 2ª etapa, salvando conclusões de Cvitanich e Blandi, na mesma jogada. O Boca Juniors vive, há 10 anos (exceto o período entre 2003 e 2006), uma síndrome de Riquelmedependência. Todas, eu disse todas as jogadas precisam passar pelos pés de Román, para que haja alguma possibilidade de sair algo que preste. Com o craque apagado, ou com má vontade, praticamente nada acontece ofensivamente, a estrutura é preparada especialmente para o brilho do #10 xeneize.

A linha ofensiva do Boca me parece insuficiente ao extremo, mesmo que Viatri e Mouche tenham sido (inexplicavelmente) chamados para a disputa da Copa Roca. Com a contusão gravíssima de Viatri (rompeu ligamentos do joelho e fica fora por 6 meses), praticamente não há alternativas - Mouche, em uma dupla com maior mobilidade com Cvitanich, é uma tendência, embora Blandi e Fragapane não possam ser descartados, mesmo que o último seja muito jovem. O time segue invicto, o sistema defensivo funciona muito bem com a linha Roncaglia-Schiavi-Insaurralde-Clemente Rodríguez e com a proteção de Somoza, tanto é que o time tem a melhor defesa, com apenas 2 gols sofridos.

A tendência é que o Boca caminhe para o título, que não vem desde o Apertura 2008, mesmo com todas as dificuldades, uma vez que Riquelme é um fator desequilibrante que nenhum outro clube no país possui. Do Belgrano eu venho gostado, desde a disputa da Promoción contra o River, tem um sistema de jogo muito bem definido e azeitado por Ricardo Zielinski, e jogadores com qualidade para estar em times grandes da Argentina, como Cesar "El Picante" Pereyra, Lucas Parodi e, principalmente, Franco Vázquez, este já negociado com o Palermo, da Itália. Sigo torcendo para que continue com esta campanha digna, considerando o equilíbrio que é a tônica atual no futebol argentino.

O outro invicto do Apertura é o Racing, de Avellaneda, que empatou pela 7ª vez em 11 jogos (!), mas é vice-líder, junto com o Atletico de Rafaela, ambos com 19 pontos. No sábado o time dirigido por Diego Simeone empatou fora de casa contra o fraco San Martín, de San Juan. Mesmo mostrando um futebol mais plástico que os demais concorrentes, La Academia não convence, e a volta de Giovanni Moreno parece ter prejudicado o time. G10 é um jogador de extrema qualidade técnica, me lembra muito Rivaldo, só que por vezes demasiado individualista, o que acaba prejudicando suas atuações. A lesão de Toranzo, ponto de equilíbrio do time, é outro fator relevante, pois não há a ligação de Yacob e Pelletieri com os armadores Moreno e Castro (Viola, na partida de sábado), uma vez que em seu lugar vem jogando "El Demonio" Gabriel Hauche, atacante de lado de campo, que apenas compõe a banda direita nos lances ofensivos e defensivos. Na próxima rodada, o acompanhamento deste blog será justamente no jogo do Racing, que receberá o Lanús no domingo, as 21h15, no Cilindro de Avellaneda.

domingo, 16 de outubro de 2011

O Tango regido por D'Alessandro...



Nesta bela tarde de domingo o Inter venceu o desesperado Avaí. Não precisava ter levado o sufoco que levou, mesmo sendo para um time que luta com todas as forças para não cair. O time catarinense tomou a frente do placar duas vezes, e isso dentro do Beira-Rio não pode se repetir. Mas o 4-6-0 continua a perturbar os colorados... Entendo que certos jogadores podem sim fazer a função determinada pelo treinador mesmo não sendo a de sua origem. Um grande exemplo é o jogador Ilsinho, que de lateral passou a ser meia... Mas não creio que a virada colorada tenha passado por esse esquema e sim pelo enorme talento do 10 colorado...

D'Alessandro fez uma grande atuação, digna de um maestro... Daquelas que deve ser lembrada... mesmo com o placar adverso, o argentino chamava a responsabilidade tornando-se mais dono ainda do time da Padre Cacique. Leandro Damião é destaque colorado em 2011, não há duvidas, e vai render muitos euros aos cofres do colorado, mas D'Alessandro é referência técnica do Inter...
Hoje o Inter venceu no sufoco e sem atacante... Jô, mais uma vez, teve uma atuação fraca; não falta vontade ao jogador, que divide bola com os zagueiros sem medo, mas isso não é o suficiente... Falta futebol...
Dorival têm um grande problema: Jô não corresponde, Dellatorre deu um retorno fraco, Lucas Roggia é um mistério assim como Siloé mas uma coisa é certa sem atacantes fica mais difícil de fazer gol...
Hoje foi contra o Avaí, na próxima partida será contra o Corinthians e a dificuldade será maior... Mas o que conta são os três pontos na tabela e o Inter conseguiu de um jeito bem como um "tango a moda" argentina intenso, dramático e muito sofrido...

* O Cruzeiro vive uma situação muito delicada, mais agravada ainda com derrota para o Corinthians e dependendo dos resultados da próxima rodada pode acabar na Zona da Morte. A Raposa precisa reagir para não ter que enviar a sua documentação para o próximo ano com o carimbo da Série B.

Destaque: O maestro D'Alessandro que orquestrou a virada colorada, R. Moledo jogou muito bem assim como João Paulo.

Destaque Negativo: Jô mais uma vez jogou nada e vai torrando seus créditos com a torcida colorada, M. Bolatti ficou abaixo de sua boa média assim como Andrezinho.

Pergunta: D'Alessandro têm lugar na Seleção do Brasileirão deste ano?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mística às avessas

Forças paranormais explicam o acontecido ontem no Olímpico Monumental. Este estádio tem uma aura que não lhe permite viver um clima de "oba-oba". Sempre algo dá errado. Ontem, contra o Figueirense, não poderia ser diferente, uma equação onde o único resultado era a derrota eminente do Tricolor, que ocorreu, de fato. Vejam: feriado + jogo no meio da tarde em dia de semana + crianças acompanhadas dos pais não pagavam ingresso + touca que não perde aqui desde 2003 = tragédia. A minha memória é reincidente na traição, mas a última vez que lembro de acontecer algo semelhante, foi no Dia das Mães, em 2009, quando mulheres não pagavam, e mais de 40 mil pessoas viram o empate entre Grêmio-Santos; detalhe: o gol santista saiu no último lance.

E havia, realmente, uma piazada nas arquibancadas. Típico jogo destruidor de sonhos, graças a Deus não tenho filhos (ainda), e não preciso persuadir ninguém a torcer por este time fiasquento. Fico pensando em quantos deles não chegaram ou chegarão na escola ou na creche hoje e terão de ouvir galhofas dos amiguinhos colorados. Os anos 90 finalmente estão cobrando seu preço, com juros e correção monetária. Azar da nova geração, e seus pais que se virem. Só sei que jogos assim, com muito clima de festa, com muitas mulheres e crianças, é prenúncio do pior. Como pode, um time que tem uma torcida tão maloqueira, ter tanta gente de bem nas arquibancadas, é surreal. Tanto quanto perder para o Figueirense.

Surreal, surreal, não foi, se consideramos o momento atual. Me doi dizer que o Figueirense é muito mais time que o Grêmio, e doi mais ainda dizer que o 1-3 foi injusto - o resultado mais adequado teria que ser uns 1-5, 1-6... A atribuição dos 2 primeiros parágrafos é só uma constatação no desespero de achar uma desculpa para o indesculpável. Porque é inadmissível perder para um clube do 2º escalão (no mínimo) do futebol brasileiro, em pleno Monumental. Vejam bem, um clube, pois o time está entre os melhores do campeonato, só não faz uma campanha ainda melhor devido aos diversos pontos perdidos no Scarpelli, e pelos métodos ligeiramente medrosos do dublê de técnico e pastor Jorginho, que deve acreditar piamente que Deus castiga se os jogadores atacarem o adversário.

E foi um time que eu devo ter chamado 27 vezes de "ruim" durante a partida de ontem. Olha, se o Figueirense é ruim, não tenho adjetivos para o Grêmio, ou pelo menos para sua atuação ontem. As principais qualidades que o time tinha com Celso Roth parecem ter ficado em algum lugar do passado recente, ou algum lugar da cidade, preferencialmente bares e casas noturnas (A/C Douglas e Mário Fernandes). Por vezes acho que não sei nada de tática, e que Roth é um Mourinho incompreendido, inclusive pelos seus próprios jogadores. Pois é assustadora a tendência que o time Tricolor tem de afunilar as jogadas, defeito recorrente do ano passado, diga-se de passagem, mesmo tendo um centroavante (sic) de ofício, e que é notório e sabido que não consegue fazer mais que 2 embaixadinhas com a bola nos pés.

As jogadas de linha de fundo praticamente inexistiram. Quando existiram, foram executadas com absurda imprecisão. Foram incontáveis os cruzamentos que passaram sobrevoando a grande área ou que sairam direto pela linha de fundo, ou até a de lado. De tanto insistir, até que o gol gremista saiu em um cruzamento, raramente qualificado, de Douglas. Não falei sequer dos escanteios e faltas laterais, 96,2% delas cobradas fechadas, e em cima do goleiro. Sempre na estratégia [?] dos pés trocados. Falhar nas bolas paradas ofensivas é um presente para qualquer adversário minimamente preparado para contra-atacar. E o contra-ataque é uma especialidade do Figueirense, que já matou Santos e Corinthians fora de casa deste modo. Achou um gol, segurou uma pressão estéril, e ganhou na velocidade.

Me falta paciência para falar sobre o jogo, onde se notou uma superioridade absoluta do Figueirense. A se lamentar a atuação fraca de alguns jogadores, do ponto de vista individual, como Fábio Rochemback, Escudero e Douglas, de quem sempre se espera boa produção, e de Edcarlos, Rafael Marques e André Lima, de quem não se espera grande coisa, mas estiveram muito abaixo de sua já insuficiente média. Culpar o Victor no gol de Elias (o 2º) me parece maldade, bola no contra-pé, complicada de se defender, e quase que foi feito o milagre. E ontem foi a prova cabal de que o Grêmio até tem um time razoável, mas não tem peças de reposição mesmo: Diego Clementino pelo menos é um ruim que custa pouco, enquanto por Miralles foi paga uma nota preta, e este é um Herrera piorado. Pena, queria que este jogador me calasse a boca, mas só confirma o que eu já imaginava: um flop gigantesco.

Com a derrota, o delírio da Libertadores '12 se acaba. Por mim, que se demitisse Roth, e começasse um planejamento decente para o próximo ano, para ganhar Copa do Brasil e Gauchão, no 1º semestre; com Roth, tal expectativa não passa de muito pensamento mágico. Faltam 6 pontos para fugir da degola, e até sem técnico o time conseguiria 1 vitória e 3 empates, ou até mesmo 2 vitórias. O tal planejamento passa por montar um grupo decente, com atacantes (coisa que Duda Kroeff tentou fazer em 2009/2010) e defensores de qualidade superior, e sem sonhos com Felipão, pelo amor de Deus, se for assim, que se mantenha o Celso Roth. Gostaria muito de um técnico estrangeiro no Grêmio, e 2 alternativas uruguaias e completamente opostas me agradam: o ofensivista Carrasco, do Emelec, e o retranqueiro Fossati, do Al-Saad/CAT. Se é para não ganhar nada, que se perca com risco - a possibilidade de retorno é bem maior.

Dos "reis", o mais alto e mais recente

Nesta noite degladiaram-se 2 dos "reis de Copas" que a América do Sul possui. Independiente, tradicionalíssimo, vencedor de 7 Libertadores da América, dentre outros; LDU Quito, só não ganhou mais que o Internacional na atual década, vencendo todos os campeonatos possíveis, a não ser o Mundial de Clubes. Válido pela Copa Sul-Americana, o mata-mata já havia acontecido na Libertadores '11, em sua 1ª fase. E a lógica seguiu: passou o time equatoriano, que enfrentará nas quartas-de-final o vencedor do confronto entre São Paulo e Libertad/PAR. Falo em lógica, por aqui, porque o time de Quito é o mais sólido dentre os 2, ainda que o Independiente tivesse sido o campeão anterior da Sul-Americana. Contudo, a LDU mantém uma base desde 2006, chegando longe em todas as competições sul-americanas, dando muito trabalho para muita gente grande nesse meio tempo.

Não poderia ser diferente desta vez, principalmente se considerarmos que o Independiente não vem na melhor de suas fases, com uma transição de comando, de Antonio "Turco" Mohamed para Ramón Díaz, e convivendo com uma disputa eleitoral acirradíssima. Aliás, ouvi a entrevista do presidente Julio Comparada, empresário de Avellaneda, que confia em se manter no cargo, mesmo sem o apoio majoritário dos hinchas do Rojo. O time não é dos melhores, condição consolidada ao longo desta década, além de o relacionamento de Comparada com os barra-bravas ser, digamos, estreito. Sinceramente, não sei o que poderia prender o atual presidente no cargo, mas, enfim, cada louco com sua loucura.

A torcida não compareceu em grande número no Libertadores de América, mas desde o início buscou empurrar o Rojo para alcançar a desvantagem no confronto, já que a 1ª partida, no Equador, havia terminado 2-0 para Los Albos. As ações, nos primeiros minutos, foram comandadas por Patricio Rodríguez e Matías Defederico, ex-Corinthians, que jogavam liberados as costas dos volantes Hidalgo-Calderón. Outro que se destacava era o meia-atacante Leonel Nuñez, que buscava mais o jogo, abastecido pelos outros 2 meias. O desenho tático de Ramón Díaz foi um 4-4-1-1, espelhando a intenção de Edgardo Bauza, que, por vezes, mutou o esquema para um 4-3-2-1, sempre isolando Hernán Barcos, visto que a participação de Equi González (ex-Fluminense) e Luis Bolaños (ex-Inter/Santos) era praticamente nula.

Na 3ª parte do 1º tempo, os volantes conseguiram achar os meias argentinos, e a partida mudou de figura. Os laterais, Argacha e Julián Velázquez, precisariam aparecer mais para o jogo, e foi isto que aconteceu. Ainda assim, mesmo que "El Gordo" Nuñez se movimentasse bem, aparecesse nas jogadas de ataque, o centroavante Parra, uma espécie de André Lima argentino, seguia sem ser abastecido. Bom, abastecido ou não, não creio que o #17 do Independiente fosse capaz de fazer alguma diferença. O time argentino chegava apenas em chutes de média-longa distância, sem assustar Domínguez, e os equatorianos tentavam responder às costas de Velázquez, entretanto Bolaños, principal válvula de escape dos visitantes, não fazia boa partida.

Nuñez abriu o placar no finalzinho do 1º tempo, na única maneira que o time "rojo" poderia chegar ao gol, em chutes de fora da área. "El Gordo" experimentou, a bola desviou em um defensor da LDU e matou Domínguez. O Independiente iria para o intervalo com metade do trabalho, para levar o confronto aos pênaltis, cumprida. Acalmava a torcida, e dava ânimo aos próprios jogadores, que pareciam estar extremamente ansiosos para fazer os gols, principalmente os garotos Rodríguez e Defederico, que sumiram do jogo em determinado momento. Já a LDU não reagia muito bem à pressão argentina, talvez o gol fosse fazer o time arrefecer ainda mais.

Na 2ª etapa o Independiente já foi para cima dos equatorianos, que, mais experientes, administravam bem o placar, seguindo sem correr grandes riscos. A melhor oportunidade do Rojo foi em jogada lateral, em que Domínguez espalmou nos pés de Defederico, que chutou em cima do goleiro equatoriano. Ali já se percebia que a vaga ficaria com o time de Edgardo Bauza. Os veteranos De La Cruz e Reasco lideravam o time Albo, já possibilitando a Barcos trabalhar bem as jogadas, com Bolaños menos escondido que no 1º tempo. Considero o time equatoriano muito, mas muito melhor que o argentino, com condições totais de ir longe, talvez até ganhar a Sul-Americana. Jogou como manda a cartilha.

No fim do jogo, na base do desespero, o Independiente foi para cima, forçando as jogadas com Parra, que era um muro no comando do ataque. Ferreyra ainda entrara para dinamizar a meia-cancha, sem muito sucesso. O árbitro Buitrago (melhor nome, diga-se de passagem) levou bem o jogo, as vezes deixando correr, as vezes sendo um pouco mais rígido, mas com boa atuação. Expulsou Godoy, no final da partida, nada que manchasse ou modificasse o nível do trio de arbitragem. Gostei bastante do jogador Nuñez, seria bastante útil em um esquema onde ele fosse um 2º atacante. Para o nível do Campeonato Argentino, o Independiente, seguindo assim, poderá ir longe, ou não correr riscos, no mínimo.

Já a LDU eu vejo como favorita ao título, considerando a má campanha no Campeonato Equatoriano, no qual é 4º colocado. Certamente o clube vai querer aproveitar a chance de ganhar a sua taça em 2011, e dificilmente o time de Quito costumou desperdiçá-las nos últimos tempos. Não precisou sofrer muito para tirar o Independiente, que com muita gritaria, não conseguiu criar o suficiente para levar a partida ao menos para a marca da cal. É um time muito maduro, e, mantendo o padrão, irá longe. O vencedor de São Paulo e Libertad que fique de olho: o time que joga nos calcanhares de Deus vai querer fortalecer seu status de um dos "Reis de Copas" da América do Sul, e não medirá esforços para tal.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Motorista no trapézio namora a Rainha dos Caminhoneiros

Confesso que não fiz um acompanhamento adequado da partida entre Coritiba-Grêmio, na noite deste sábado. A agenda com jantar fora, e continuação da noite longe de casa, impossibilitaram qualquer atenção mais digna ao jogo, mesmo que eu me esforçasse para manter a conexão da internet no confronto. Porque foi difícil... Antes da divulgação da escalação eu já me sentia extremamente preocupado; em condições normais, teríamos 3 volantes no banco (além dos 2 em campo), e nenhum, eu disse nenhum jogador de armação. Com o veto a Edcarlos, cujo motivo nunca descobrirei - espero que deficiência técnica -, Gilberto Silva foi para o miolo de zaga, função onde ele cumpriu satisfatoriamente, diga-se de passagem, sobrando "apenas" 2 volantes na suplência.

Escalação divulgada, e meus cabelos ficaram em pé: Diego Clementino seria o jogador responsável pela ligação do meio com o ataque pelo lado direito. Ali Roth assinava com o empate, em 0-0, que seria um grande lucro; no meu imaginário um gol do Grêmio sairia com Rafael Marques, de "chiripa", ou algum gol fortuíto. Nem com muita torcida o Tricolor chegou perto disto, a atitude muda muito quando o time precisa utilizar um avião para jogar. Se em Porto Alegre os inícios de jogos são de uma pressão insuportável para o oponente, fora de casa o time não aprofunda as jogadas, mesmo tendo a bola, não é incisivo no ataque. Não bastasse isto, ainda levou um gol na primeira parte do 1º tempo, aos 13', com Marcos Aurélio.

Depois do gol sofrido, o time degringolou, o Coritiba tomou a posse da bola para si, assumindo as rédeas da partida, atuando com surpreendente cautela, considerando que já goleara Palmeiras e Vasco, em ocasiões anteriores. Mesmo assim, o time paranaense ressentiu-se da falta de um centroavante minimamente qualificado, uma vez que Bill é uma piada de extremo mal gosto, bem municiado pelo veterano Tcheco, que ainda tem muitas viúvas do lado Tricolor do Rio Grande do Sul... Na parte final do 1º tempo, tal qual a melhora antes da morte, o Grêmio voltou a ter a bola, entretanto ficou sem ter para quem passar, Brandão saía contundido para a entrada de Adílson, e Diego passando a ser o centroavante. Arrepios deste cronista.

Uma linha de 3 volantes (Fábio Rochemback-Adílson-Fernando), Marquinhos e os laterais liberado, e Escudero-Diego Clementino à frente puxando os ataques seria uma formação plausível, mas Roth alinhou Adílson à direita dos meias [!], mantendo o 4-2-3-1 original. Obviamente nada aconteceria, como não aconteceu, de fato. No intervalo, o golpe final em qualquer pretensão que o Grêmio pudesse ter em Curitiba, com a troca de Diego por Yuri. Daí em diante eu fui preparar as coisas para a noite de sábado, pois as atitudes do treinador não mereciam a minha atenção. Ouvi do chuveiro, ao longe, o 2º gol Coxa Branca, de Jéci, e o final da partida, com direito a gritos de "olé" da torcida do Coritiba. Ainda houve tempo para a entrada de mais um volante, o inexplicavelmente eterno Willian Magrão.

Pontuo, na conta do Roth, nem tanto as trocas, porque realmente era o que havia à disposição, mas, caramba!, por que montar tão mal um grupo para a viagem? Ao invés de queimar o garoto Yuri, cinco anos mais novo que este blogueiro (que já sente o peso da idade chegar - risos), poderia ter sido utilizado Everaldo, centroavante de melhor porte, mais experiente, ainda que de não tão grande potencial; Willian Magrão fica disponível e é lembrado - Pessali, que já mostrou valores aceitáveis nunca ficou no banco com Roth. E por aí vai... Meu pai é um que reclama muito que o Internacional utiliza muito os medalhões - se ele fosse gremista, tenho convicção que o velho já teria infartado de raiva (não sei como não aconteceu quando Roth treinava o tradicional rival).

Penso que ainda é possível uma classificação à Libertadores '12, até o final do 2º turno o Tricolor terá jogos onde a vitória é bastante acessível, mesmo longe do Olímpico, e pegará adversários de menor porte em Porto Alegre. Claro que tudo fica no campo das suposições, principalmente se consideramos que o Grêmio conseguiu perder pontos em casa para 3 dos 4 últimos colocados. Enfim, é focar nos erros cometidos em Curitiba, remobilizar e reorganizar o time para o confronto decisivo (e direto, por que não?) contra o Figueirense, na próxima quarta-feira. É feriado nacional, o jogo é as 16h, então não há nenhum motivo para que não hajam, no mínimo, 40 mil pessoas empurrando o Grêmio no grito. Outra vez, 1/2 a 0 é goleada e 3 pontos muito bem-vindos na conta.

Nos Acréscimos
  • Começou a Copa do Mundo na América do Sul, com a disputa do qualificatório, onde 4 países classificam-se diretamente à fase final, no Brasil, em 2014, e mais 1 joga a repescagem contra uma seleção asiática. Todos os mandantes fizeram valer o fator local e convenceram, vitórias do Uruguai sobre a Bolívia (4-2), Argentina sobre o Chile (4-1), Equador sobre a Venezuela (2-0) e do Peru sobre o Paraguai (2-0, com duplo sentido).
  • Enquanto isto, Mano Menezes rema para achar uma formação perfeita, visando o Mundial em casa, daqui a menos de 3 anos. Futebol burocrático, sonolento e sem-vergonha em San Juan. Uma certeza do time é Neymar, autor do gol da vitória sobre a Costa Rica; balaqueiro, marrento, cai-cai, como queiram, sempre que paro para assistir à Seleção Brasileira, a calopsita pedalante é a única criatura que veste amarelo que procura o jogo. De resto, lamentável, tudo.

domingo, 9 de outubro de 2011

Na hora...

Hoje o Inter fez a sua melhor partida no ano... Jogando redondinho, seus meio campistas entrando na área, chutando e pressionando o time adversário no seu campo de defesa. E o Inter fez isso a tarde inteira, principalmente no primeiro tempo, onde o time carioca não enxergou a cor da bola... Ficou provado que é mais fácil ganhar 3 pontos entrando na "área" adversaria e "chutando" em gol. Os laterais não ficaram engarrafados a uma velha máxima: "Um sobe o outro fica", não mesmo, eles "NÃO" fizeram isso... Nei, no primeiro lance do jogo, fez um tabela com Jô que acabou com uma grande defesa do goleiro Fernando Prass, que, aliás, jogou muito.
O D'Alessandro jogou muito, Ilsinho entrou muito bem no time titular, sempre levando vantagem nos seus dribles curtos e suas movimentações agudas em direção ao gol, e Andrezinho também fez boa partida.
Mas não posso deixar passar desapercebido a boa atuação do Mario Bolatti em sua função de origem, defendendo, guardando posição, aparecendo como elemento-surpresa e chutando em gol sem medo...
A dupla de zaga foi muito bem e o time do Vasco ficou a mercê de uma atuação deplorável do Diego Souza... Pois quando o time precisa dele ele some... Afinal ele é o 10 do time...
Dorival foi muito feliz nas alterações; João Paulo entrou muito bem e Tinga fez até gol... Mas na entrevista coletiva também, principalmente dizendo que "todos os times tiveram uma curva ascendente e depois oscilaram...". Ele tem toda razão... Hoje o Inter venceu o Vasco, que era líder do Brasileirão até algumas horas atrás... Vai enfrentar o São Paulo no Morumbi que é um time forte, bem montado e encorpado...
Quem sabe não vêm a tão sonhada ascendente colorada no campeonato?
Portanto, hoje o time da Padre Cacique mostrou a sua potencialidade e jogou redondinho... Afinal já estava na hora...

Destaque: D'Alessandro, Ilsinho, Bolatti e o veterano Índio. Mas, inegavelmente, o goleiro Fernando Prass foi o melhor em campo nesta tarde de tempo louco na capital gaúcha.

Decepção: Diego Souza mais uma vez mostrou que é um jogador que oscila muito. Joga umas duas partidas boas e fica sumido de outras três... Não sou eu que estou dizendo isso... Estou apenas relatando o que já foi provado.

* Bom... Faço um lembrete ao Bi-Campeonato conquistado por Sebastian Vettel. Hoje a RBR têm o melhor carro da F1 e muitas pessoas criticam dizendo que quem vence hoje é o carro e não o piloto. Respeito a opinião, mas não concordo, pois um bom carro precisa de uma pecinha fundamental que fica entre o banco e o volante. Sebastian Vettel com apenas 24 anos ganhou o seu Bi-campeonato e com todos os méritos. Parabéns! Isso faz também a Alemanha passar o Brasil em números de títulos.

Pergunta: Com o terceiro cartão amarelo do Jô quem será o 9 no próximo jogo?

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Espiadela no retrovisor

Maturidade. Vi um esbanjo disto no gramado do Olímpico na noite de ontem. Vi um time que sabe o que quer, sabe o que fazer, e sabe, principalmente, como fazer. Os primeiros 10, 15 minutos, foram de uma pressão que fazia tempo que eu não via o Grêmio aplicar em um adversário de grande porte, como é o atual campeão da América. Onde, aliás, reside um dos maiores méritos na vitória gremista, no adversário, e nas dificuldades que ele tentou impor, e o fato de o time de Celso Roth ter sido capaz de conter o ímpeto santista, seja por sorte, seja por competência. Diria que 1-0 foi um placar magro pelo que foi a partida; pelo que as equipes apresentaram, um 3-1, 4-2, para o Grêmio, teria sido um resultado mais compatível.

O começo de jogo foi fulminante. Uma sequência assustadora de ataques gremistas, e roubadas de bola, situações capitaneadas pelas duplas Júlio César-Escudero e Mário Fernandes-Marquinhos, que infernizaram as laterais adversárias o tempo todo. Nos primeiros minutos, Brandão, uma parede salpicada, desperdiçou 2 chances incríveis - numa delas, mostrando toda sua habilidade, ao tentar driblar Rafael, quase tropeçou na bola, vergonha alheia até para mim, que estava na arquibancada. Lá pelos 10', a glória: jogada envolvente de ataque, chegada forte de Marquinhos na linha de fundo, e bola na cabeça do #9, que, sem goleiro, só erraria o gol se quisesse. Hoje estou vestido com a camisa 9 do Tricolor, em saudação ao 'coneavante' (créditos a @lauro7) gremista.

Depois, no restante da 1ª etapa, houve um certo equilíbrio, o Santos reagiu na partida, orquestrado por Ibson, excepcional jogador de futebol, que, se mantiver a regularidade, pode pensar até em Seleção Brasileira. Não houveram tantos sustos assim, Borges recebeu uma bola dentro da área, sem marcação, e a mandou quase na Geral, e Ibson chutou em cima de Victor, também na grande área. Acho que estas foram as únicas chances dignas de nota do time santista, que tentava, mas ficava na contenção muito bem feita por Fábio Rochemback e, pasmem!, Fernando. Assim como na partida anterior, o gol cedo colaborou para que o Grêmio se tornasse um especulador em campo, e as ações de contra-ataque foram facilitadas, com Mário Fernandes e Escudero inspiradíssimos, jogando com alta qualidade técnica.

No 2º tempo, o jogo mudou. Roth ajustou a marcação no miolo de zaga, Borges e Alan Kardec foram isolados e as chances de gol não apareceram. Pelo time de Muricy, claro, porque na segunda etapa aconteceu a consagração do goleiro santista, que fez, pelo menos, 4 defesas dificílimas, salvando seu time de voltar para o litoral paulista com um saco de gols nas costas. Me desagradou na 2ª parte do jogo, foi a atitude apressada do Grêmio em querer matar o jogo a todo custo. Muitas vezes a bola caiu limpa nos pés de Douglas, em condições de criação, e o #10 foi extremamente individualista, tentando 2 chutes de fora da área que não deram em absolutamente nada. Miralles e Rochemback também tiveram seus momentos "tiro ao alvo", e foram reprovados.

Um padrão tático foi imposto, graças a Deus acabou a "baderna estratégica" da Era Portaluppi! Ponto para o Juarez! Gostei muito das participações já citadas dos extremos defensivos e extremos meio-campistas, que estão em uma fase rara, jogando um futebol de altíssimo nível. Brandão, mais uma vez, não deixou saudades de André Lima, mesmo não tendo nenhuma qualidade técnica, pelo menos tem o mínimo de imposição física, e muitas vezes segurou o tranco contra os nada bonzinhos Durval e Edu Dracena. O miolo de zaga ainda me preocupa, urge a volta de Saimon, que vinha bem, e os outros 4 podem ser atirados para cima, o que cair mais inteiro completa a defesa.

A reação Tricolor, enquanto time, está consolidada. Pouco mais de 26 mil pessoas (~ 21 mil pagantes) viram um prova de fogo para os comandados de Celso Roth, não recomendável para quem fosse hipertenso, e o Grêmio passou com louvores, principalmente com um início avassalador, onde simplesmente debulhou o melhor time sul-americano como se debulha uma espiga de milho. Deixamos para trás rivais que não deveriam (em CNTP) estar na frente do Grêmio, como Figueirense e Atlético/GO, e mais importante que isto, deixamos para trás, definitivamente, o fantasma do rebaixamento - faltam apenas 6 pontos (39/45) para escaparmos de vez da degola.

Enquanto torcedor, saúdo a mudança da meta, que passa a ser o G5, do qual estamos distantes módicos 5 pontos. A método de comparação, na 27ª rodada do Brasileirão '10, estavamos na 8ª colocação, com os mesmos 39 pontos de agora, e a 9 pontos do Cruzeiro, último integrante do, à época, G3. Mas, óbvio, como vieram 3 vitórias consecutivas, podem vir 3 resultados negativos na sequência, devido à irregularidade que marca este campeonato, e o alvo passa a ser outro, novamente. O momento é de manter a estabilidade das atuações, manter este padrão de jogo, e ficar de olho, não perder o foco, achando que está tudo as 1000 maravilhas. Não está. A realidade é a vaga para Copa Sul-Americana '12, ótimo prêmio de consolação para quem há 10 rodadas estava com a corda no pescoço.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Varal da Azenha

Ontem saiu na imprensa uma notícia bem peculiar, causadora de polêmica, feridas e lágrimas: Mário Fernandes ganhou um trapo que será "exposto" na Geral do Grêmio. Vocês devem estar se perguntando, "tá, e qual é a relevância deste fato?". Eu também me pergunto. "Blá, blá, blá, as ideologias das barras pregam que nas bancadas devem ser estampadas frases de apoio, identificações dos torcedores e suas localidades, e as imagens dos MAIORES ÍDOLOS do time". A referida barra do Tricolor de Porto Alegre (ou alguns integrantes) é reincidente neste comportamento, de oferecer homenagens sem razão de ser, a jogadores que nunca mereceram nem menção honrosa em forma de grito nas arquibancadas.

Beleza, a grana e a paciência é do cara que mandou fazer, ou fez, sei lá, o trapo. Só que já foi gasto muito dinheiro em trapos para Rochemback e Lúcio [!] nos últimos tempos, e, claro, sem que tivessemos o retorno esperado (leia-se títulos) dentro de campo. Em 2007, por exemplo, víamos um tipo de homenagem nas arquibancadas; já em 2011, a visão e o significado da palavra ídolo parece ter mudado. Concordo com a importância que tem motivar um grupo de jogadores, ou um determinado jogador, só que desta vez os limites foram ultrapassados com louvor: homenagear uma transgressão? Então, onde estaria o trapo para o Arílson? Para se pensar.

Não sei se na outra ponta da José de Alencar isto ocorre, com os comentários teremos uma amostragem, mas isto não importa; a concepção da palavra ídolo deveria ser a mesma na torcida do Grêmio, do Internacional, do Flamengo ou do Corinthians. Seja como for, só queria registrar meu total desagrado com esta ação de torcedores gremistas, que desvalorizam grande jogadores do passado, que não recebem homenagem semelhante. Me coloco no lugar de jogadores como Alcindo, João Severiano, Aírton, dentre outros, que não me recordo de terem recebido qualquer tipo de homenagem da torcida. Ao contrário de uns por aí, estes sim fizeram história no Tricolor.

* Para constar: hoje à noite jogarão Grêmio-Santos, me farei presente no Olímpico, inclusive no setor que apontei no meu comentário. Homenagem e apoio não são sinônimos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Não é Gre-Nal, e vice-versa

Ontem, contrariando minha expectativa inicial, rumei ao Olímpico Monumental, no meio da tarde, para acompanhar Grêmio-Cruzeiro. Não teria porque ficar em casa assistindo a outras partidas sem relevância, e deixando de torcer pelo meu time de sempre. Claro, quando se vai a um estádio com o intuito de torcer, o ato analítico fica comprometido, contudo, entre bandeiras e cantorias, sempre ficam algumas impressões do que aconteceu dentro das 4 linhas. Destaco, inicialmente, que a atuação foi, com o mínimo de boa vontade, segura, contra um Cruzeiro que insiste na sua queda livre - na próxima rodada poderá entrar no famigerado Z4.

Um gol cedo é uma das variáveis mais definitivas dentro de uma partida de futebol em alto nível, ainda mais quando quem o faz é o dono da casa, pois obriga o adversário a se soltar, e a oferecer campo para contra-golpes. Some-se a isto o fato do oponente estar desesperado, e temos o panorama do Olímpico no final da tarde de ontem. Rafael Marques, depois de tentativa desastrada de Edcarlos, e bola no poste de Brandão, abriu o placar precocemente, a 4'. A partir daí, o Grêmio se postou muito a vontade no campo, esperando um Cruzeiro que, mesmo com todos os problemas, conseguia equilibrar a contenda. A dobradinha Júlio César-Escudero foi a válvula de escape preferencial, aliás, Júlio César que entrou para arrumar o time, que sentiu muita falta do #15, na última partida no Olímpico, contra o Botafogo.

O título original deste texto seria, em um primeiro momento, "Jogando demoníacamente com um tridente endiabrado", e eu destacaria, essencialmente, a boa atuação do trio de meio-campistas do Tricolor, Marquinhos-Douglas-Escudero, principalmente do 1º, que deu assistência espetacular no gol de Damián Escudero, a 3' do 2º tempo. Falo mais sobre a alteração mais a frente, mas não poderia deixar de citar o quão bem foram os referidos meias. O gol na volta do intervalo arrefeceu qualquer ímpeto reativo que o Cruzeiro pudesse ter. O time mineiro jogava muito em busca do argentino Walter Montillo, qual um "exército de um homem só", entretanto a marcação implacável de Fernando, outro bom valor do time - e que cala minha boca com louvores -, não deixou que o ótimo armador cruzeirense respirasse com tranquilidade.

Celso Roth me surpreendeu na tarde de ontem. Trocou Marquinhos por Ezequiel Miralles, e Escudero por Adílson, deixando o time no 4-3-1-2, afirmando em jogo os testes feitos antes da partida contra o Avaí, no último final de semana. Não fossem os ótimos momentos dos substituídos, esta formação deveria ser uma tendência. Leandro, felizmente, foi arquivado por Roth, e vai para o Pan-Americano. Boa sorte para ele em Guadalajara... Hoje me agrada a ideia de saber de cor e salteado o time titular do Grêmio, coisa que não sabíamos o que era desde a reta final do Brasileirão '10. Padronização, repetição, entrosamento, são 3 palavras que façam com que qualquer equipe, tanto no esporte, quanto em outros âmbitos da vida, cresça e se desenvolva.

Me parece que o Grêmio resolveu engrenar, o jogo de ontem era deveras perigoso, uma derrota seguraria o time no bolo de Bahia, Ceará, e do próprio Cruzeiro. Quarta-feira haverá o jogo atrasado contra o Santos, no Olímpico, e será mais uma decisão, por consequência, mais um jogo tenso. Quem vencer, se habilita a começar a lutar na parte de cima da tabela, ultrapassando o trio Atlético/GO-Figueirense-Coritiba, que são figurantes incômodos no campeonato. Empate é trágico, para ambos, logo, penso que será um jogo muito aberto, com pressão gremista, e com o Santos apostando na velocidade do seu contra-ataque, e na habilidade dos jogadores do meio para frente.

Saindo um pouco do mote do futebol dentro do campo, os últimos dias mostraram a indecisão da empreiteira Andrade Gutiérrez para iniciar as reformas no Beira-Rio, e ontem, o infeliz acidente que vitimou um operário da OAS, e desencadeou um movimento revoltoso nos alojamentos dos trabalhadores. No frigir dos ovos, a culpa é desta maldita bipolarização que temos aqui na aldeia. Maldita mania de tudo ser dividido entre, ou Grêmio, ou Internacional. Isto se reflete nas obras de construções e reformas dos estádios, que são coisas concretas, mais relevantes que a qualidade subjetiva na montagem de elencos, por exemplo. Por quê? Porque as empreiteiras sabem disto, e se aproveitam buscando maiores vantagens para elas, seja segurando contratos, seja empregando emigrantes em condições sub-humanas.

Enquanto os 2 clubes não se unirem, de forma efetiva, nestas questões extra-campo, viveremos este eterno Gre-Nal, e seremos condenados a disputar Gauchão, e quem chega na frente de quem no Campeonato Brasileiro, isto se ambos mantiverem-se na Série A. Ficando no exemplo dos estádios: ao invés de a Grêmio Empreendimentos ficar tentando puxar o tapete da candidatura do Beira-Rio a sede da Copa '14, deveria focar nos absurdos vistos no aditivo que tornará a "Arena Grêmio, o maior estádio do Rio Grande do Sul". E o Internacional deveria ter se inspirado no Grêmio, que não demoliu estádio sem contrato assinado, o que, no meu modo de ver, é ridículo - tanto é que o Brasileirão está sendo prejudicado pelas reformas dos estádios, essencialmente Maracanã e Mineirão.

Particularmente, nunca fui muito crente nesta história de termos uma Copa do Mundo na República Tupiniquim, sempre achei nosso país muito atrasado para receber uma competição deste naipe. Sim, somos mais atrasados que a África do Sul [!], em vários aspectos. Como este é um blog com cunho futebolístico, não vem ao caso entrar a fundo neste assunto. A ideia estúpida de permitir apenas 1 estádio por sede vai botar o Mundial a perder, anotem! Ou alguém acha que brotará um estádio nas imediações da Floresta Amazônica ou das praias paradisíacas do Nordeste até 2014? Por que não utilizarmos Engenhão ou as Arenas do Grêmio e do Palmeiras [ainda em construção]? Politicagem, amigos, pura politicagem, em descréscimo do parâmetro esportivo e desportivo...

Do lado de lá do Plata...

Racing e Independiente fizeram, na tarde de ontem, o maior clássico da temporada '11/12 do futebol argentino. Acompanhei alguns minutos do 1º tempo, e vi os melhores momentos mais tarde, na TyC Sports. Lamentável a briga entre torcidas, principalmente depois do show nas arquibancadas que foi o clássico anterior. Empate em 1-1, e decepção completa da minha parte com La Academia, invicta, mas recordista de empates no Apertura. Me parece um time sem huevos, como se diz nos países hispânicos, que faz um gol e se estafa do jogo, desde os tempos de Miguel Ángel Russo - Simeone terá trabalho para ajustar a parte anímica do time. Os gols foram de Gabriel Hauche, para o Racing, e Facundo Parra, para o Independiente.

Nos Acréscimos
  • Fluminense e Santos fizeram o melhor jogo da rodada do Brasileirão, no sábado. Vitória do Tricolor das Laranjeiras, parida com suor e um homem a menos, com o gol decisivo saindo aos 50' do 2º tempo. Marquinho, Rafael Sóbis e Márcio Rozário marcaram para o Fluminense, e Neymar e Wason Rentería diminuiram para o Santos.
  • Na Inglaterra, o Arsenal assusta. Faz sua pior arrancada em mais de 3 décadas, vencendo apenas 2 de 7 partidas. Ontem, perdeu o dérbi londrino contra o Tottenham, seu maior rival, por 2-1, em White Hart Lane. Gols de Rafael van der Vaart e Kyle Walker, para os Spurs, e Aaron Ramsey, para os Gunners.

Vestibular...

Boa noite a todos,
Antes da minha primeira crônica agradeço ao meu amigo Jhon que aceitou compartilhar esse espaço comigo e, claro, aqueles todos que degustarem de boa leitura e liberdade na forma de expressar.
Agora vamos ao que interessa...

Começando pela desastrosa atuação colorada nesta tarde, contra o desesperado Atlético-PR. O time da Padre Cacique não conseguiu jogar seu futebol de time postulante a vaga na Libertadores. Hoje o coletivo do Inter foi sofrível, com individualidades bem abaixo da média. O ataque inexistiu, com Jô sozinho, sem parceria, pois o Inter tornou-se muito dependente de Damião e a diferença técnica entre os dois 9 é gigante. Damião arrastava seus marcadores quando não fazia um CHARLES (drible também chamado de "lambreta" ou "carretilha") para desespero até mesmo do Papa... bom do Emiliano Papa, claro. Ficou provado: o Jô é um 9 mas precisa de um companheiro de ataque... Dorival terá que fazer um vestibular entre Siloé, Gilberto e Lucas Roggia. Hoje o R. Goulart não foi bem, como todo o time colorado, mas não creio que Dorival continuará com essa aposta. Dellatorre é carta fora do baralho... Dorival espera Zé Roberto, mas este volta ainda sem ritmo e parece estar acima do peso... O time no famoso 4-2-3-1 não funciona, pois seus meias não entram na área do adversário. Parece que têm cascavel lá dentro ou não chutam com medo do vizinho não devolver a bola... O Inter precisa mudar seu esquema de jogo, e têm que ser agora, se quiser jogar a competição mais charmosa das Américas em 2012...

* Amanhã acontecerá uma reunião entre a presidente Dilma e o Joseph Blatter sobre a COPA 2014. É uma vergonha todo mês a FIFA chamar atenção dos brasileiros. O Brasil parece uma criança mimada, que todo santo mês o professor manda bilhete para sua mãe chamando atenção. Amanhã será diferente, pois a FIFA foi além: chamou a Dilma para uma conversa na diretoria e vão colocar as cartas na mesa. Afinal, ninguém mandou se candidatar à COPA, e, quando conseguiu, estava sabendo dos requisitos da FIFA. O Brasil não pode reclamar, sabia no que estava se metendo, pois nosso parecia ter amadurecido com as candidaturas a COPA e OLIMPÍADA, passando do primário e do segundo grau, mas não estuda para seu vestibular e a prova está chegando...

Pergunta: Quem vai acabar na frente nesse Brasileirão: Inter ou Grêmio?