domingo, 5 de junho de 2016

Errando e aprendendo?

O Grêmio precisa realmente agradecer a Deus, a vitória sobre a Ponte Preta foi fruto de um verdadeiro milagre (Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA)
O primeiro título para esta crônica era "Ainda é cedo". Afinal, queria exaltar a vitória do Grêmio sobre a Ponte Preta nesta 6ª rodada do Brasileirão, mas sempre ressaltando o fato de que estamos no início do campeonato e de que a empolgação seria algo muito precipitado. Afinal, o Grêmio somou 13 pontos em 18 disputados, e divide a liderança com o Corinthians e o Internacional, mas está na linha de tiro da turma dos 12 e 10 pontos. Faltam 32 jogos, no entanto já vejo o Tricolor como um postulante ao título, pelo nível de seu jogo e pelas características do time, moldado a este modelo de competição, por pontos corridos.

Os comandados de Roger Machado parecem ter encontrado a tão almejada regularidade, mesmo que ainda estejamos nas rodadas iniciais desse longo Campeonato Brasileiro. A equipe tem uma proposta de jogo, e por mais que muitas vezes pareça indolente e irritante, é bem definida, que serve para jogar tanto dentro quanto fora de casa. Manutenção de posse de bola, velocidade de transição, compactação... Conceitos pregados aos sete ventos pelos estudiosos da atualidade e que encaixaram no perfil do atual grupo gremista, e acabaram dando liga a um time altamente competitivo para os padrões atuais do futebol brasileiro.

Em que pese toda essa introdução, o que importa é que alguns erros de 2015 parecem ter sido absorvidos e superados. Quer dizer... A dificuldade imensa em superar adversários postados defensivamente dentro da Arena segue a mesma. Contra Flamengo e Ponte Preta foram paridas duas bigornas incandescentes, sobretudo no jogo deste domingo, quando pouquíssimas coisas deram certo, mas o time foi premiado pela sorte, coisa que é determinante para times predestinados a grandes conquistas. Só que dessas bigornas vieram 6 pontos que serão fundamentais na sequência do certame, dentro daquela máxima de que "meio a zero é goleada".

A comparação com a temporada passada é inevitável. Sempre fui um defensor ferrenho de que o mando de campo deve ser sinônimo de 3 pontos. Nesse Brasileirão 2016, o Grêmio recebeu Flamengo, Coritiba e Ponte Preta, tem 100% de aproveitamento e não sofreu gols. O nível das atuações pode até ser discutível, como foi neste domingo, quando o time parou em frente ao ônibus campineiro e não conseguiu fazer nada, até o chutaço do contestado Luan, no último lance do jogo. Porém, em relação a resultados, não há do que reclamar, nem um pouco. A arrancada é a melhor do clube na história dos pontos corridos e o time beliscou a liderança na rodada 4, o que não acontecia desde 2008.

Nos últimos anos vinha se tornando uma constante a perda de pontos por atacado contra times de menor porte, jogando em Porto Alegre. Em 2015, o Grêmio fez 3 pontos na Arena recebendo Ponte Preta, Sport, Coritiba e Chapecoense. Enfrentando paranaenses e paulistas, já foram 6 pontos ganhos no atual campeonato. Um time campeão se faz atropelando os oponentes com menos tradição, e trocando pontos contra os seus iguais, coisa que os últimos campeões fizeram com excelência. Na próxima rodada, o Grêmio vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Fluminense, em um jogo no qual os 3 pontos são importantes, mas não são uma obrigação, dentro do que acabei de mencionar. Vamos ver até onde vai a regularidade do Tricolor porto-alegrense.

Antes do Esquecimento
  • Estou queimando a língua com o Brasil de Pelotas na Série B. Com 6 jogos disputados, o Xavante tem 11 pontos disputados, dentro da zona de acesso, ainda que tenham sido 4 dessas partidas disputadas no Bento Freitas. De candidato ao rebaixamento, o Brasil começa a acumular uma gordura considerável para não sofrer da metade para o fim do campeonato. Pensar em classificação para a Série A parece um delírio, o qual fica reservado apenas para a fiel e fanática torcida do rubro-negro pelotense.
  • A Copa América Centenário começou neste final de semana, e já tivemos 5 jogos até aqui. Destaque para a vitória da Colômbia sobre os Estados Unidos na abertura da competição, por 2 a 0, e para o empate sem gols entre Brasil e Equador. Duelos entre Costa Rica e Paraguai, Haiti e Peru, e Jamaica e Venezuela não foram sequer dignos de nota. No momento da publicação deste texto, o Uruguai perde para o México, por 1 a 0, sem Suárez, se recuperando de lesão sofrida na final da Copa del Rey. A Argentina estreia nessa segunda (06), contra o Chile, no grande jogo da rodada inaugural.