Um gol cedo, já disse isso em mais de um post aqui no "Vida Cancheira", ajuda muito. Dá tranquilidade ao time, e proporciona alternativas de proposta de jogo. O gol de Kléber nos primeiros minutos indicava isto, contudo, pelo que constou nas reações dos torcedores, não foi bem o que aconteceu. Ao entrar no estádio a partida já estava empatada em 1 a 1, e a impaciência começava a tomar corpo fora de campo. Dentro dele, o time não ajudava muito, algumas falhas técnicas infantis acusavam o nervosismo de alguns jogadores, e as chances de gol não aconteciam. Realmente, o jogo estava feio, e me parece que a chuva que começou lá pelos 10'~15' de jogo havia piorado as coisas... para o Grêmio, claro, pois para o Canoas aquela era a única condição de jogo conveniente para si.
A volta do intervalo reservava uma surpresa: Gabriel entraria na vaga de Marco Antônio. No meu último post falei sobre a chatice que foi a pré-temporada do Grêmio, porém não mencionei desempenhos; a grande maioria dos que acompanharam elogiaram muito Gabriel. Minha memória hipócrita e seletiva, apenas com as atuações medíocres do lateral na temporada passada, fez com que eu de pronto xingasse Caio Júnior. Não levou 10 minutos para que eu tivesse a língua torrada. Gabriel desempatou o jogo em rebote de cobrança de falta de Léo Gago, jogada cantada por mim em algum momento que buscarei por aqui. A equipe se reposicionou em um 3-5-2 (quase 3-6-1) bastante interessante, onde Gabriel e Júlio César ganharam maior liberdade, e Douglas e Kléber jogavam entre meio-campo e ataque, confundindo a marcação pelo centro.
Assim o Grêmio dominou completamente a 2ª etapa, descontando-se apenas alguns momentos de indecisão defensiva, sobretudo quando o ataque do Canoas jogava sobre Saimon, o pior do Grêmio na noite de ontem, e quando o treinador Tricolor trocou Fernando por Gilberto Silva, conferindo uma lentidão lesmica [!] ao setor de marcação. A bola chegava bastante ao trio final, entretanto a finalização das jogadas nem sempre era das melhores, tanto é que o goleiro Ney foi exigido somente nos gols - falhando no 2º, inclusive. Aos 40', ou algo assim, próximo ao fim do jogo, Marcelo Moreno matou o jogo, aproveitando cruzamento preciso de Kléber. Meu desejo é que esta formatação tática seja testada desde o início contra o Juventude, no próximo domingo, para sabermos qual seu potencial de eficácia.
Seguimos a extensão da pré-temporada, ao menos nessas primeiras 2 semanas de jogos. Neste meio tempo é compreensível que o time vá pegando prumo, vá se azeitando taticamente, até chegar no ponto para competir em alto nível. A cobrança deve existir, no sentido de que deve haver uma evolução, nada muito forte. Como disse no post sobre a estreia, enquanto o time não se torna competente, temos que ser pacientes. Enquanto Caio Júnior não encontrar seu modo ideal de jogar, não adiantarão nada irritação, xingamentos e vaias. Temos que dar tempo ao tempo, e, como cantava certa campanha político-partidária da década passada, "deixa o homem trabalhar".
Nos Acréscimos
- O Palmeiras segue seu processo avançado de apequenamento. Ontem apenas empatou com a Portuguesa em 1 a 1. Destaques para os gols da partida, marcados por Maylson, para a Lusa, e Ricardo Bueno, para o Verdão. Ambos sub-aproveitados pelo Grêmio nos últimos anos.
- Também aconteceu o primeiro Superclásico depois da queda do River Plate para a Primeira B Nacional, nos famosos e tradicionais Torneos de Verano, no estádio Centenario de Chaco. E deu Boca Juniors, vitória incontestável por 2 a 0, todos os gols do avante Nicolás Blandi.
- A Libertadores não se resume apenas aos times brasileiros. Na terça-feira, 2 jogos pela 1ª fase: Arsenal/ARG 3-0 Sport Huancayo/PER, quase garantindo o time de Sarandí no grupo 4 da Copa, e El Nacional/EQU 1-0 Libertad/PAR - tudo em aberto para a volta, em Assunção.
- Ontem o Unión Española/CHI recebeu o Tigres/MÉX, e saiu na frente no confronto, vitória por 1 a 0, gol de Gonzalo BARRIGA. Hoje, as 20h45 (horário brasileiro de verão), o atual vice-campeão Peñarol recebe o perigoso Caracas. Jogo interessantíssimo (e que tentaremos acompanhar).
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