quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Referencial de qualidade

A ida para o Complexo Esportivo da Ulbra para assistir a Canoas-Grêmio só pode ser definida como uma grande indiada, no mínimo. Graças à viagem de mais de 2 horas, e ao trânsito infernal, acabei perdendo boa parte do 1º tempo, coincidentemente a parte onde o Grêmio foi dominante sobre os donos da casa. Caio Júnior fez uma pequena alteração tática em comparação a derrota para o Lajeadense, recuando Marco Antônio para a mesma linha de Léo Gago (centralizando e soltando Douglas), e uma alteração nominal, esta muito grande, que foi a entrada de Marcelo Moreno na vaga de Miralles. Na teoria, o jogo deveria ser mais fácil do que foi, não por parte do Canoas, que tinha poucas condições de fazer mais do que efetivamente fez, mas sim pelas alterações propostas e pela promessa de avanços em busca do tão sonhado "encaixe" do time.

Um gol cedo, já disse isso em mais de um post aqui no "Vida Cancheira", ajuda muito. Dá tranquilidade ao time, e proporciona alternativas de proposta de jogo. O gol de Kléber nos primeiros minutos indicava isto, contudo, pelo que constou nas reações dos torcedores, não foi bem o que aconteceu. Ao entrar no estádio a partida já estava empatada em 1 a 1, e a impaciência começava a tomar corpo fora de campo. Dentro dele, o time não ajudava muito, algumas falhas técnicas infantis acusavam o nervosismo de alguns jogadores, e as chances de gol não aconteciam. Realmente, o jogo estava feio, e me parece que a chuva que começou lá pelos 10'~15' de jogo havia piorado as coisas... para o Grêmio, claro, pois para o Canoas aquela era a única condição de jogo conveniente para si.

A volta do intervalo reservava uma surpresa: Gabriel entraria na vaga de Marco Antônio. No meu último post falei sobre a chatice que foi a pré-temporada do Grêmio, porém não mencionei desempenhos; a grande maioria dos que acompanharam elogiaram muito Gabriel. Minha memória hipócrita e seletiva, apenas com as atuações medíocres do lateral na temporada passada, fez com que eu de pronto xingasse Caio Júnior. Não levou 10 minutos para que eu tivesse a língua torrada. Gabriel desempatou o jogo em rebote de cobrança de falta de Léo Gago, jogada cantada por mim em algum momento que buscarei por aqui. A equipe se reposicionou em um 3-5-2 (quase 3-6-1) bastante interessante, onde Gabriel e Júlio César ganharam maior liberdade, e Douglas e Kléber jogavam entre meio-campo e ataque, confundindo a marcação pelo centro.

Assim o Grêmio dominou completamente a 2ª etapa, descontando-se apenas alguns momentos de indecisão defensiva, sobretudo quando o ataque do Canoas jogava sobre Saimon, o pior do Grêmio na noite de ontem, e quando o treinador Tricolor trocou Fernando por Gilberto Silva, conferindo uma lentidão lesmica [!] ao setor de marcação. A bola chegava bastante ao trio final, entretanto a finalização das jogadas nem sempre era das melhores, tanto é que o goleiro Ney foi exigido somente nos gols - falhando no 2º, inclusive. Aos 40', ou algo assim, próximo ao fim do jogo, Marcelo Moreno matou o jogo, aproveitando cruzamento preciso de Kléber. Meu desejo é que esta formatação tática seja testada desde o início contra o Juventude, no próximo domingo, para sabermos qual seu potencial de eficácia.

Seguimos a extensão da pré-temporada, ao menos nessas primeiras 2 semanas de jogos. Neste meio tempo é compreensível que o time vá pegando prumo, vá se azeitando taticamente, até chegar no ponto para competir em alto nível. A cobrança deve existir, no sentido de que deve haver uma evolução, nada muito forte. Como disse no post sobre a estreia, enquanto o time não se torna competente, temos que ser pacientes. Enquanto Caio Júnior não encontrar seu modo ideal de jogar, não adiantarão nada irritação, xingamentos e vaias. Temos que dar tempo ao tempo, e, como cantava certa campanha político-partidária da década passada, "deixa o homem trabalhar".

Nos Acréscimos
  • O Palmeiras segue seu processo avançado de apequenamento. Ontem apenas empatou com a Portuguesa em 1 a 1. Destaques para os gols da partida, marcados por Maylson, para a Lusa, e Ricardo Bueno, para o Verdão. Ambos sub-aproveitados pelo Grêmio nos últimos anos.
  • Também aconteceu o primeiro Superclásico depois da queda do River Plate para a Primeira B Nacional, nos famosos e tradicionais Torneos de Verano, no estádio Centenario de Chaco. E deu Boca Juniors, vitória incontestável por 2 a 0, todos os gols do avante Nicolás Blandi.
  • A Libertadores não se resume apenas aos times brasileiros. Na terça-feira, 2 jogos pela 1ª fase: Arsenal/ARG 3-0 Sport Huancayo/PER, quase garantindo o time de Sarandí no grupo 4 da Copa, e El Nacional/EQU 1-0 Libertad/PAR - tudo em aberto para a volta, em Assunção.
  • Ontem o Unión Española/CHI recebeu o Tigres/MÉX, e saiu na frente no confronto, vitória por 1 a 0, gol de Gonzalo BARRIGA. Hoje, as 20h45 (horário brasileiro de verão), o atual vice-campeão Peñarol recebe o perigoso Caracas. Jogo interessantíssimo (e que tentaremos acompanhar).

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