terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Curioso Caso de Equi Miralles

Vem sendo bastante expostas na mídia, nas últimas semanas, as atribulações referentes à passagem do atacante Ezequiel Miralles pelo estádio Olímpico. Do altíssimo valor pago por ele, passando pela novela até sua chegada até o seu não-aproveitamento efetivo por Renato, Julinho e Roth, este último de quem mais se reclama, mas com quem o argentino teve mais oportunidades até o momento. E praticamente não as aproveitou. Foi um jogador que chegou altamente "hypado" do Colo-Colo, do Chile, trazendo no currículo a [relevante] marca de 34 gols em 2010, mas, mesmo assim criticado pela sua torcida, que em partes agradecia aos céus [e ao Grêmio] pela sua saída do clube. Um velho ditado nos ensina que a voz do povo é a voz de Deus...

Tenho o costume de acompanhar bastante as competições internacionais no futebol sul-americano, não me prendendo muito em torneios domésticos, então tenho pouco parâmetro das atuações de Miralles dentro no campeonato chileno. Algumas lembranças me remetem ao título do Everton, em 2008, com o atacante sendo extremamente decisivo e até chamado para a Seleção Argentina, e outras a alguns jogos do Clausura '09, maior momento de Miralles no futebol chileno. Entretanto, ao analisar um reforço, costumo ficar com as últimas impressões do atleta que está chegando, sendo bem simplista, quem gosta de passado é visitante de museu. E, como cantava o grande Cazuza, "o teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor".

Porque foi uma nota [azul,] preta [e branca] que o Grêmio investiu no argentino de 27 anos, natural de Bahía Blanca, mais específicamente US$ 2,5 mi. Estudo Administração, focando bastante nas matérias financeiras, e um princípio básico, quase banal, nos diz que "enquanto maior o risco, maior a possibilidade de retorno", e um valor relevante, como o que foi pago por Miralles, sempre levará o risco de ir por água abaixo. Infelizmente foi, e podem me taxar de ser sem paciência, de ser defensor do Roth, de ser anti-argentinos, do que quiserem. Se eu faço um investimento acima da média, e [pior!] acima das minhas possibilidades, o mínimo que eu espero é que ele dê um retorno aceitável, o que nunca aconteceu.

Nos primeiros jogos é compreensível que se tenha paciência com o cara, ainda mais sendo estrangeiro, com todas as questões de adaptação. Aí vou ver o caso de outros 2 argentinos que vieram do Chile: Darío Conca e Walter Montillo, que pegaram as camisas de Vasco e Cruzeiro, respectivamente, e já saíram jogando em alto nível, e, garanto que não tenham custado tanto quanto o overrated Miralles. Desde o início tinha suspeitas sobre a expectativa de desempenho do argentino, queria que minha língua fosse torrada em chapa a mais de 300°C, mas infelizmente eu estava certo - mais um espécime de Herrera, muita disposição física, pouca disposição técnica e nenhuma disposição tática.

Fico chateado, pois foi um erro de avaliação [entre tantos outros] do meu correligionário Antônio Vicente Martins, desta vez por absoluta pressão de uma torcida impaciente pelos maus resultados do 1º semestre, e que estava sedenta por reforços [ou cabeças rolando - como aconteceria mais tarde]. E mais chateado ainda, pois o jogador não conseguiu se manter valorizado o suficiente para servir como moeda de troca em futura negociação, ou algo do tipo. Sim, por mais absurdo que pareça, tenho convicção que o atleta se desvalorizou dentro e fora de campo. Escudero, por exemplo, ficou muito mais tempo no freezer, se manteve pianinho, mostrou futebol e se consolidou na titularidade.

Muitos torcedores argumentam que os outros jogadores de ataque são insuficientes; concordo, e digo mais: Miralles é o menos pior dos atacantes gremistas, mesmo com todos os seus defeitos. Entretanto a relação custo/benefício do atleta é lamentável, em comparação aos demais, se o argentino tivesse custado o "par de meias" [créd.: @lauro7] que custou Diego Clementino, por exemplo, eu estaria satisfeito e diria, "pô, esse cara até que pode ser um bom reserva, alternativa interessante para meter uma correria de 2º tempo". Contudo, Clementino chegou no clube, aproveitou a boa fase do time, entrava nos jogos e metia gols - contra São Paulo e Atlético/PR; Miralles teve chances contra times mais fracos e marcou apenas contra o América/MG, sendo imbecilmente expulso nesta partida.

Finalizando, aos que culpam Celso Roth por esta situação: para 2012 eu quero Roth, Miralles, Clementino, entre outros, bem longe do estádio Olímpico. Mas em 2011 estes são os que tem, e os que treinam e jogam melhor devem ser escalados. Não gosto de acompanhar treinos, sou da teoria que jogador se escala no campo - considerando isto, Miralles tem rendimento inferior a todos os outros atacantes do elenco, quando entra me lembra aqueles fominhas de pelada de final de semana, pega a bola, baixa a cabeça e, ou tenta driblar o time adversário inteiro, ou tenta um chute [invariavelmente horrível] da intermediária. O argentino ficará até o final do ano, e neste meio tempo eu duvido que ele desmentirá os críticos. Podem me cobrar.

Um comentário:

  1. Tem razão em relação 2011 o ano acabou na pro gremio. Em questão Mirales não posso acrediter que seja pior que clementino e outra o Roth sempre foi assim sempre se biquiando com algum jogador... e acho que Roth fica pro ano q ver não qro mas acho q vai acontercer isso...
    Joninhas...

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