Os equatorianos começaram o jogo pressionando muito, tentando fazer valer o fator local, tendo como trunfo a altitude a seu favor. Os chilenos tentavam manter a bola nos pés, mas a forte marcação adversária não permitia a tradicional troca de passes, Marcelo Díaz e Aranguiz eram bem marcados e as escapadas com Mena e Rodríguez não eram eficazes como de costume - assim sendo, Junior Fernandes era figura nula no campo. De tanto insistir, aos 29', "El Chavo" Alustiza recebeu ótimo passe na grande área e chutou no alto, indefensável para Jhonny Herrera. Menos de 2' depois, Olivo, que havia recebido cartão amarelo minutos antes, foi expulso em lance de interpretação discutível do mexicano Chacón. Foi a senha para La U se jogar ao ataque de vez, e Carlos Ischia colaborava recuando o time da casa (sacou o avante Bevacqua e colocou o volante Bolaños).
Esta postura foi completamente determinante para o empate chileno, menos de 10' depois de o Deportivo Quito ter aberto o placar. Rara jogada lúcida de Díaz na noite de ontem, lançando Matías Rodríguez, que trouxe a bola para o pé esquerdo (o bom) e fuzilou o veterano Elizaga. O jogo dava toda a pinta de ter virado a favor dos visitantes, mas o que se viu foi um descontrole ofensivo do time da casa, com Martínez e Paredes simplesmente enlouquecendo os defensores rivais. Paredes, inclusive, sofreu um pênalti ignorado pela arbitragem; no meu ver, ele é empurrado na área, só sua queda deveras acintuosa deu a impressão de uma cavada. A medida que o tempo passava, a defesa chilena afrouxava, soltava a corda, até ela cair: Herrera tentou sair jogando, só que Mena aparentemente estava dormindo, e na sequência do lance houve um escanteio. E na sequência do escanteio teve um gol, gol de Luis Checa, o zagueiro-artilheiro do futebol equatoriano. Deportivo Quito novamente na frente.
Na volta do intervalo, Sampaoli, já devidamente expulso, fez 2 trocas, sacando Henríquez e Martínez para as entradas de Lorenzetti e Magalhães. O argentino com nome de marca de chuveiro elétrico, outrora titular, tentou a todo custo ajudar Díaz e Aranguiz, sem o menor indício de sucesso, tanto é que, mesmo jogando com 1 a menos, quem atacavam eram os comandados de Ischia. Em um lapso em que não tivemos as imagens do jogo, "El Chavo" Alustiza marcou mais um, seu 8º gol na competição, e praticamente definia a partida, aos 11' do 2º tempo. 3' depois o zagueiro Osvaldo González, cansado da "alegria y atrevimiento" de Martínez resolveu atorar o ponteiro-esquerdo dos locais, e foi para o olho da rua. Dali em diante, seguiu o desande da maionese de La U, e mesmo que chegasse esporádicamente, como com Junior Fernandes, bloqueado por Elizaga, os chilenos seguiam com um desempenho próximo ao constrangedor.
Após mais alguns 473 dribles en la banda-izquierda do gramado, Fidel Martínez resolveu guardar sua bucha no gol do Bulla. O dublê de Neymar equatoriano pegou a bola próximo a linha divisória do gramado, e arrancou sem nenhuma marcação, invadiu a área e mandou de canhota, inapelável, para decretar o 4-1 no placar do Olímpico Atahualpa, 3º gol do moço na competição. Dali em diante, o jogo seguiu com uma pressão inócua da Universidad de Chile, tentando, ao menos, diminuir o estrago e voltar para Santiago com uma desvantagem menos pesada nas costas. Acredito que, em casa, La U vá jogar futebol, coisa que não fez em Quito, entretanto, o Deportivo está com uma mão e 3 dedos na vaga, apenas um desastroso 3-0 (ou mais!) contra o eliminará da competição, e futebol vai ser o que menos os equatorianos irão querer ver na próxima quinta. Será um jogo muito interessante, tendência de ataque vs defesa. A ver.
Antes do Esquecimento
- Na quarta, é bom que se faça constar, mais 2 brasileiros deram as caras pelas oitavas-de-final da Libertadores. Em Guayaquil, o Corinthians (na figura do goleiro Cássio) segurou um 0-0 cumpridor contra o Emelec. Gol sofrido no Pacaembu é sinônimo de desastre, mas o time de Tite é muito pragmático, e duvido que isto acontecerá. Já no Rio de Janeiro, Vasco e Lanús fizeram uma partida bem movimentada. Vitória carioca por 2-1, gols de Alecsandro e Diego Souza, com Regueiro diminuindo para o granate. Em La Fortaleza o buraco será bem mais embaixo, e vitória simples dá a vaga aos argentinos. Destaque negativo para Cristóvão Borges, que sacou Felipe e Diego Souza para as entradas de Fellipe Bastos (!) e Carlos Alberto (!!!!). Foi fortemente vaiado, com razão e justiça.
- Pela Copa do Brasil, na quarta-feira, tivemos mais 3 jogos, fora Fortaleza 0-2 Grêmio. No Moisés Lucarelli, a Ponte Preta bateu o São Paulo por 1-0, gol de Roger (ex-Tricolor Paulista); no Barradão, Vitória e Botafogo empataram em 1-1, gols de Elkeson, para os cariocas, empatando Neto Baiano para o rubro-negro; e na Vila Capanema, Edigar Junio fez o gol da vitória do Atlético/PR sobre o Cruzeiro. Ontem, mais 2 jogos: no Mangueirão, o Paysandu precisava reverter uma desvantagem de 3 gols, mas acabou perdendo novamente, 0-1 para o Coritiba, gol de falta de Tcheco; já na (belíssima) Arena Independência, o Atlético/MG até largou bem, fazendo 2-0 antes dos 30', só que o 2º tempo foi todo do Goiás, que fez o gol de honra, e da classificação, aos 40', com Felipe Amorim. O Coritiba pega o vencedor de Botafogo-Vitória, e o Goiás encara quem passar de São Paulo-Ponte Preta.
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