terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

3 em 5

Uma verdadeira overdose de Grêmio na semana que se passou. A que estamos vivendo promete, com momentos de alta tensão e, desde já, grande ansiedade devido aos jogos importantíssimos que vem pela frente. Voltando um pouco no tempo, tivemos 3 jogos: 2 pelo Gauchão e o outro pela Copa Libertadores. O Grêmio escapou de um fiasco no âmbito doméstico, em compensação pagou um king-kong para toda a América ver.
 
Campeonato Gaúcho 2013, Taça Piratini (1º turno), 3ª e 8ª rodadas.Grêmio 5-0 Santa Cruz, 13.02.2013 | Grêmio 1-0 Veranópolis, 17.02.2013 (ambos no Olímpico Monumental).
Começando com os menos repercutidos dos jogos. Na quarta-feira, o time misto/reserva do Grêmio recebeu o Galo do Vale do Taquari e abusou. Usou e abusou. Fez 5, podendo ter feito 6, 7, 8... O time era tão alternativo, que sequer o técnico foi Vanderlei Luxemburgo - Roger Machado comandou a equipe. Ótimas atuações de Facundo Bertoglio e Guilherme Biteco, este improvisado na ala-esquerda. A atuação na etapa inicial não foi mais que regular, chegando a correr alguns riscos, mas mesmo assim Werley abriu o placar no final do primeiro tempo. O segundo tempo foi avassalador. Depois de levar uma bola no poste, Bertoglio fez 2 gols em 2 minutos, matando o ímpeto do Santa Cruz. O argentino ainda daria assistência e sofreria pênalti, para os 2 gols de Willian José. Devo dizer que o 3-5-2 armado por Roger, até de maneira emergencial, deu certo. Os alas Guilherme Biteco e Tony tiveram grandes participações ofensivas, assim como o armador Jean Deretti - que inexplicavelmente está relegado ao time de aspirantes, mesmo inscrito na Copa Libertadores.

O jogo que garantiu a classificação gremista às quartas-de-final da Taça Piratini também definiu que teremos um Gre-Nal no próximo domingo. O jogo foi confirmado para o estádio Centenário, em Caxias do Sul, às 16hs. Os titulares, de castigo pela derrota contra o Huachipato, foram buscar entrosamento sob um calor escaldante que assolou a Capital do Rio Grande do Sul. O jogo foi devagar, com 2 pausas ao longo do jogo para reidratação dos atletas. Werley fez o gol da vitória, ainda no 1º tempo, e tivemos poucas chances de gol. Ao menos o time foi bem defensivamente, sem ser ameaçado. Dida voltou ao arco gremista e fez uma boa intervenção na etapa final, nada além disto. Eduardo Vargas e Welliton mostraram que o time realmente precisa de um homem de referência - Welliton nesta função é menos jogador que Hernán Barcos e Marcelo Moreno. O ataque contando com um chileno, um boliviano e um argentino teve pouco tempo para jogar, mas para jogos mais encrespados poderia ser uma alternativa, caso Bertoglio estivesse inscrito em La Copa.

Copa Libertadores da América, 2ª fase, 1ª rodada. Grêmio 1-2 Huachipato/CHI, 14.02.2013, Arena Porto-Alegrense.
Porque na Copa, amigos, na Copa o bicho pegou. O Teatro A Arena Porto-Alegrense viu um dos piores jogos do Grêmio na história da Libertadores da América. Eu, pelo menos, vi poucos jogos tão ruins com meus próprios olhos - e esta é minha 3ª Libertadores como frequentador de todos os jogos em Porto Alegre. Luxemburgo quis mostrar que a direção trabalhou, escalando 3 reforços ao mesmo tempo, sem qualquer entrosamento. André Santos, Adriano e Hernán Barcos estavam totalmente perdidos no gramado, além de os 2 primeiros não mostrarem qualquer qualidade superior aos atletas substituídos (no caso Alex Telles e Fernando). Gostei da estreia de Barcos, homem de referência, que impõe respeito e deixa os defensores adversários sempre preocupados. Fez seu golzinho, convertendo pênalti já com o placar em 0-2, e agora faltam 24 gols para alcançar a marca que leva na camisa.

Taticamente, o time foi uma salada. Sem compactação, com os setores totalmente distantes um do outro. Adriano e Souza ficaram se batendo durante 45', até o ex-santista sair no intervalo. Enquanto isto, nenhum deles dava cobertura ao lado esquerdo da defesa, onde saiu a jogada do primeiro gol dos chilenos. Cris e Saimon, no miolo, foram desastrosos, assim como Elano, o pior em campo - não criou, não marcou, não correu, nada, nadinha... Bom, ao invés de ficar reativando minha úlcera falando dos que não foram, prefiro falar dos que foram, dos que fizeram, que foram os chilenos. Los Acereros marcaram, correram, deram a vida, que é o mínimo que a Copa exige. Quando precisaram mostrar qualidade, o veterano Francisco Arrué e o centroavante Braian Rodríguez apareceram muito bem. Gostei muito do toque de bola dos negriazules, bem ao estilo do futebol chileno, rápido e com grande objetividade - a eficácia lhes deu os 3 pontos, justíssimos.

Ao passo em que todos reclamam do estádio, nas questões internas, mas o que estava fora de campo prejudicou bem mais que o "estado do gramado". Como o Huachipato conseguiu tocar bola na Arena, como se estivesse em casa? Cara, eles estão na Libertadores, certamente méritos para isto eles tiveram, e, de fato, mostraram ainda ter. A Arena foi campo neutro. Isto é pontuável, juntamente com as dificuldades de acesso, a insistência das direções do Grêmio e da Arena Porto-Alegrense em impedir que a torcida mais participativa do Brasil ajude o time, relegando parte da torcida ao Nível 4, o mais distante do gramado, e, para outros setores, cobrando ingressos absurdos. O futebol moderno vem vitimando uma das torcidas mais contrárias a ele, triste ironia. Da forma como estão conjecturados os favores, os times adversários se sentirão super à vontade no estádio do Grêmio (sic), outrora uma das canchas mais temidas do continente.

Em outra oportunidade falarei sobra a figura do "10", que falta no time gremista. Sem ele, não há criatividade, não há o diferencial para que os atacantes saiam na cara do gol ou para que os ótimos terceiros homens de meio-campo cheguem como elementos-surpresa. Só que é possível vencer, ainda mais uma equipe inferior. Infelizmente o Grêmio esqueceu que era um jogo de Copa, jogando sem vontade, sem tesão, sem comer a grama, que é o mínimo que a torcida gremista exige do seu time ao disputar a Libertadores da América. Se não considerarmos o jogo contra a Liga de Quito, o Grêmio volta a receber e a ser derrotado por 1-2 por um time chileno na Libertadores. São 5 derrotas nos últimos 6 jogos (!!!!) de Copa. Amanhã o Fluminense é o adversário, talvez o time mais forte da competição. Uma derrota no Rio afunda o Grêmio, obrigando o time a obter 4 vitórias nos 4 jogos restantes. Na boa? Só nos resta torcer e rezar...

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