segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Motorista no trapézio namora a Rainha dos Caminhoneiros

Confesso que não fiz um acompanhamento adequado da partida entre Coritiba-Grêmio, na noite deste sábado. A agenda com jantar fora, e continuação da noite longe de casa, impossibilitaram qualquer atenção mais digna ao jogo, mesmo que eu me esforçasse para manter a conexão da internet no confronto. Porque foi difícil... Antes da divulgação da escalação eu já me sentia extremamente preocupado; em condições normais, teríamos 3 volantes no banco (além dos 2 em campo), e nenhum, eu disse nenhum jogador de armação. Com o veto a Edcarlos, cujo motivo nunca descobrirei - espero que deficiência técnica -, Gilberto Silva foi para o miolo de zaga, função onde ele cumpriu satisfatoriamente, diga-se de passagem, sobrando "apenas" 2 volantes na suplência.

Escalação divulgada, e meus cabelos ficaram em pé: Diego Clementino seria o jogador responsável pela ligação do meio com o ataque pelo lado direito. Ali Roth assinava com o empate, em 0-0, que seria um grande lucro; no meu imaginário um gol do Grêmio sairia com Rafael Marques, de "chiripa", ou algum gol fortuíto. Nem com muita torcida o Tricolor chegou perto disto, a atitude muda muito quando o time precisa utilizar um avião para jogar. Se em Porto Alegre os inícios de jogos são de uma pressão insuportável para o oponente, fora de casa o time não aprofunda as jogadas, mesmo tendo a bola, não é incisivo no ataque. Não bastasse isto, ainda levou um gol na primeira parte do 1º tempo, aos 13', com Marcos Aurélio.

Depois do gol sofrido, o time degringolou, o Coritiba tomou a posse da bola para si, assumindo as rédeas da partida, atuando com surpreendente cautela, considerando que já goleara Palmeiras e Vasco, em ocasiões anteriores. Mesmo assim, o time paranaense ressentiu-se da falta de um centroavante minimamente qualificado, uma vez que Bill é uma piada de extremo mal gosto, bem municiado pelo veterano Tcheco, que ainda tem muitas viúvas do lado Tricolor do Rio Grande do Sul... Na parte final do 1º tempo, tal qual a melhora antes da morte, o Grêmio voltou a ter a bola, entretanto ficou sem ter para quem passar, Brandão saía contundido para a entrada de Adílson, e Diego passando a ser o centroavante. Arrepios deste cronista.

Uma linha de 3 volantes (Fábio Rochemback-Adílson-Fernando), Marquinhos e os laterais liberado, e Escudero-Diego Clementino à frente puxando os ataques seria uma formação plausível, mas Roth alinhou Adílson à direita dos meias [!], mantendo o 4-2-3-1 original. Obviamente nada aconteceria, como não aconteceu, de fato. No intervalo, o golpe final em qualquer pretensão que o Grêmio pudesse ter em Curitiba, com a troca de Diego por Yuri. Daí em diante eu fui preparar as coisas para a noite de sábado, pois as atitudes do treinador não mereciam a minha atenção. Ouvi do chuveiro, ao longe, o 2º gol Coxa Branca, de Jéci, e o final da partida, com direito a gritos de "olé" da torcida do Coritiba. Ainda houve tempo para a entrada de mais um volante, o inexplicavelmente eterno Willian Magrão.

Pontuo, na conta do Roth, nem tanto as trocas, porque realmente era o que havia à disposição, mas, caramba!, por que montar tão mal um grupo para a viagem? Ao invés de queimar o garoto Yuri, cinco anos mais novo que este blogueiro (que já sente o peso da idade chegar - risos), poderia ter sido utilizado Everaldo, centroavante de melhor porte, mais experiente, ainda que de não tão grande potencial; Willian Magrão fica disponível e é lembrado - Pessali, que já mostrou valores aceitáveis nunca ficou no banco com Roth. E por aí vai... Meu pai é um que reclama muito que o Internacional utiliza muito os medalhões - se ele fosse gremista, tenho convicção que o velho já teria infartado de raiva (não sei como não aconteceu quando Roth treinava o tradicional rival).

Penso que ainda é possível uma classificação à Libertadores '12, até o final do 2º turno o Tricolor terá jogos onde a vitória é bastante acessível, mesmo longe do Olímpico, e pegará adversários de menor porte em Porto Alegre. Claro que tudo fica no campo das suposições, principalmente se consideramos que o Grêmio conseguiu perder pontos em casa para 3 dos 4 últimos colocados. Enfim, é focar nos erros cometidos em Curitiba, remobilizar e reorganizar o time para o confronto decisivo (e direto, por que não?) contra o Figueirense, na próxima quarta-feira. É feriado nacional, o jogo é as 16h, então não há nenhum motivo para que não hajam, no mínimo, 40 mil pessoas empurrando o Grêmio no grito. Outra vez, 1/2 a 0 é goleada e 3 pontos muito bem-vindos na conta.

Nos Acréscimos
  • Começou a Copa do Mundo na América do Sul, com a disputa do qualificatório, onde 4 países classificam-se diretamente à fase final, no Brasil, em 2014, e mais 1 joga a repescagem contra uma seleção asiática. Todos os mandantes fizeram valer o fator local e convenceram, vitórias do Uruguai sobre a Bolívia (4-2), Argentina sobre o Chile (4-1), Equador sobre a Venezuela (2-0) e do Peru sobre o Paraguai (2-0, com duplo sentido).
  • Enquanto isto, Mano Menezes rema para achar uma formação perfeita, visando o Mundial em casa, daqui a menos de 3 anos. Futebol burocrático, sonolento e sem-vergonha em San Juan. Uma certeza do time é Neymar, autor do gol da vitória sobre a Costa Rica; balaqueiro, marrento, cai-cai, como queiram, sempre que paro para assistir à Seleção Brasileira, a calopsita pedalante é a única criatura que veste amarelo que procura o jogo. De resto, lamentável, tudo.

2 comentários:

  1. Sou gremista e vc também... tu acredita q Roth podera continuar no cargo ano que vem? E se ficar tem esperança de ganhar algo? Sabe colouquei um coments no "VARAL DA AZENHA". E dou como certo que com esse time e esse técnico o Grêmio vai ser como os Felipe Massa na F1 com nome mas vitorias...

    Tiago...

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  2. Tiago,

    Penso que a virada do ano é um momento crucial para livrarmo-nos (Grêmio e Internacional) desse ciclo vicioso envolvendo o Celso Roth (quando não é n'um, é n'outro). Aliás, a passagem de 2011 para 2012 exige uma renovação total, e ela poderia muito bem começar agora, já deixando de existir qualquer possibilidade de rebaixamento. Se o Roth ficar... Olha, o Abel, no Inter, ficou DEZESSETE anos (entre idas e vindas, óbvio) até ganhar algum título importante - não me atrevo a duvidar de nada.

    Saludos!

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