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A atuação de Wallace Oliveira foi tão boa quanto a expressão dele tentando se livrar da bola. Ainda bem que é jovem, e pode repensar a carreira (Foto: Rodrigo Rodrigues / Grêmio FBPA) |
Leia mais: Essa tal meritocracia
Pelo andar da carruagem, outra chance dessas não aparecerá
tão cedo. A sequência gremista no Brasileirão, com o adiamento do confronto
contra o Botafogo, pela última rodada do turno, é terrível. Os três jogos do
começo do returno irão determinar qual o real objetivo do Grêmio no campeonato
– a saber, o Tricolor receberá Corinthians e Atlético-MG e visitará o Flamengo,
todos eles candidatos ao título. No meio desta sequência, haverá o jogo de ida
pelas oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Atlético-PR, em Curitiba.
O empate contra o Santa Cruz foi decepcionante. Esperava-se
outra postura do time após o tropeço contra o América-MG, tanto no aspecto
psicológico, quanto no aspecto técnico. A empáfia da equipe novamente irritou o
torcedor, que não poupou o time de vaias após o término da partida. Faltou
profundidade ao time gremista, as alternativas propostas pelo treinador não
surtiram efeito e o zero não saiu do placar. A propósito, se alguém esteve mais
perto do gol, foi o time pernambucano, que teve atuação exemplar.
Houve inúmeros fracassos individuais. Negueba, de atuação
promissora contra o São Paulo, ficou devendo, com direito a gol perdido sem
goleiro, em rebote de falta batida por Miller Bolaños. O equatoriano também foi
abaixo da média, assim como os outros componentes do sistema ofensivo, Douglas
e Pedro Rocha – este último, constrangedor. A dupla Oliveira de laterais,
Marcelo e Wallace, errou tudo que tentou. Ainda vou descobrir quem foi o
empresário que conseguiu levar o lateral-direito para o Chelsea...
Mas o pior de todos foi Roger Machado. Internamente e em
redes sociais eu até faço algumas críticas ao treinador gremista, mas aqui no
blog eu vinha aprofundando mais as questões de limitações do time e pegando
leve com o dono da casamata. Infelizmente, a paciência acabou. Mais uma vez as
trocas não foram criativas, não alteraram o panorama técnico e tático da
equipe, muito menos o panorama do jogo. Foram infinitos passes errados e
espaços generosos para os contra-ataques do Tricolor do Arruda, muito mal
aproveitados, aliás.
Até é elogiável a escolha pelo ótimo Guilherme Vieira, mas
era praticamente impossível ser pior que fora Pedro Rocha. A entrada de
Henrique Almeida é inexplicável. Quer dizer... Inexplicável é esse cara vestir
a camisa do Grêmio. Ao que parece, não foi bem o Internacional quem tomou um
“chapéu” nesse caso. No entanto, a pior de todas foi a entrada de Lincoln na
vaga de Douglas, para atuar na ponta-direita (?). Em resumo: desorganização
permanente e recorrente, sempre nos momentos em que o time mais precisa botar a
bola no chão e jogar.
Quando o time está ganhando jogos complicados, colocam-se
volantes para segurar o placar, ao invés de seguir com o mesmo padrão de jogo.
Quando o time precisa de um gol, atacantes são empilhados, perde-se o meio de
campo e a estrutura tática fica ainda mais vulnerável. Poucas foram as vezes
que o roteiro proposto por Roger Machado deu certo. Enfim, penso que o técnico
gremista precisa se reinventar, conhecer melhor as peças que tem, ou pelo menos
demonstrar que as conhece, e utilizá-las da forma mais correta possível.
A campanha do time ainda é muito boa, vide a proximidade
mantida para os líderes, mesmo com esse retrospecto recente de dois pontos
contra dois dos piores clubes do Brasileirão. Depois da vitória contra a Ponte
Preta, na rodada 6, falava que a equipe deveria manter uma regularidade,
sobretudo jogando na Arena, onde deveria ser proibido perder pontos para
equipes de tamanho inferior. O Grêmio conseguiu perder para o Vitória e empatar
com o Santa Cruz, e isso é inadmissível.
A ilusão que eu tinha no início da competição se dissipou.
Ainda que eu argumente favoravelmente ao time e suas possibilidades de sucesso
no Brasileirão, o faço de cabeça fria, analisando a estrutura atual do time e
dos adversários no campeonato. O Grêmio segue sendo candidato ao título brasileiro,
mas entendo os torcedores que deixaram de acreditar. A equipe gremista vai ter
que provar para seu povo que é possível seguir sonhando. E que a sequência que
está esperando o Grêmio não faça a torcida acordar de vez desse sonho.
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