quarta-feira, 21 de março de 2012

Insuficiência crônica

No momento em que pego o computador para escrever, estou comendo uma pratada de arroz, massa e frango, e assistindo ao final do jogo do Corinthians na Libertadores. Quer dizer, reside mais ou menos por aí, e pelos efeitos da cerveja, a importância de analisar a partida fraquíssima que o Grêmio acabou de fazer contra os sergipanos do River Plate. Me atrevo a dizer que, fossem os falsos "millonarios" um pouco mais qualificados, neste momento estaria irado, lamentando e xingando Deus e o mundo pela eliminação do Tricolor na Copa do Brasil. Estivesse a mufa instalada no Monumental, e o crime que se desenhava ganharia cores e matizes de uma triste e desgraçada realidade. Enfim, a classificação veio, e o Grêmio enfrentará o Ipatinga na 2ª fase do torneio.

Uma Coca-Cola vai bem nestes momentos, sobretudo para digerir, tanto a comida, quanto a atuação que vi na noite de hoje. A solidez que o meio-campo ofereceu nos últimos jogos foi destroçada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, ao inventar sair jogando com Bertoglio, na vaga de Léo Gago. Imaginar que, no futebol atual, uma pequena superioridade técnica poderá se sobressair à uma firmeza e postura táticas consolidadas é uma bobagem sem tamanho. O decantado 4-3-3 deixou o time com a consistência de uma gelatina quente, somando-se a isto a atuação constrangedora de Souza, que precisa decidir se joga bola, ou se dedica definitivamente à sua página no Twitter. Obviamente, a bomba estouraria em algum momento.

E foi relativamente cedo, eu ainda estava no T5, a caminho do estádio, quando Lelê abriu o placar, em um gol cretino, xiripento, mas que vale tanto quanto um gol de placa. River Plate na frente, a 1 gol da histórica classificação (que havia ficado no "realizável à longo prazo" em 2011, contra o Botafogo). Facundo Bertoglio até não tinha uma atuação ruim, porém o deslocamento de Marco Antônio, como eu já havia destacado em outro post, destruiu a meia-cancha, ao ser posicionado na 2ª linha, nos vértices laterais do losango proposto sem a bola. O Grêmio não incomodava muito, e o preciosismo nas finalizações irritava até o mais parcimonioso dos torcedores. As vezes dava a impressão que o Grêmio não queria fazer gols.

Na parte final do 1º tempo, Marcelo Moreno, no pedestal de sua displicência, quase desperdiçou um gol feito, mas, na base do amassão no zagueiro, empurrou tudo para dentro do gol do River. Empate de certa forma justo, pelo volume de jogo gremista, porém que não refletia com muita clareza a seriedade com a qual os jogadores gaúchos pareciam tratar o jogo. Houve um bônus para os mandantes com a expulsão do autor do gol sergipano Lelê, ao dar uma tesoura irresponsável em Bertoglio. Nada me tira da cabeça que este foi o fator causador da vitória do Grêmio, além do maior pulmão dos tricolores - o que já era previsível. A virada parecia questão de tempo, e questão de calibragem nos pés.

Entretanto, o tempo foi muito, e a virada veio pela cabeça do zagueiro Werley. 33 minutos do 2º tempo. O Grêmio passa mais de meia hora sem conseguir fazer um mísero gol em um time que eu nem sei em que divisão está, jogando com 1 atleta a mais. Isto é simplesmente inadmissível, tanto quanto eu estar em estado claramente ébrio em plena quarta-feira. Para encerrar a noite de gols acidentais, Léo Gago, aquele que não deveria ter saído, cobrou falta que desviou na barreira e matou o goleiro, no final do jogo. Não ter assistido a todo o jogo tira toda a credibilidade de uma análise, contudo não tira a impressão de que as coisas deveriam ter sido melhores. Bom, elas terão que melhorar, pois, seguindo assim, o Ipatinga será o carrasco da vez.

Antes do Esquecimento
  • Do esquecimento e do domínio do lúpulo; o Botafogo também segue na Copa do Brasil, com uma classificação ainda mais heroica que a do Grêmio. Venceu o Treze, da Paraíba, nos pênaltis, depois de duplo 1 a 1. Destaque para o último cobrador dos paraibanos, que quis dar uma cavadinha, jogou nas mãos de Jefferson, e sofrerá bullying eterno. O Glorioso enfrentará o Guarani na próxima fase.
  • O Sapucaiense lutou, esboçou uma atitude criminosa, mas acabou goleado pela Ponte Preta, em Campinas. Jogando por um empate com gols, o rubro-negro da Região Metropolitana até saiu na frente, com um gol antes dos 5' do 1º tempo. A virada saiu antes do intervalo, e os gaúchos voltaram a ter a vaga nas mãos ao empatar, no início da etapa final. Mas, o time sentiu o jogador expulso logo após o gol, e o placar desandou até o final em 5-2 para os paulistas, que pegam o Atlético/GO.

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