quinta-feira, 15 de março de 2012

Não há nada tão bom

(...) que não DEVA melhorar. Tenho certeza que há uma justificativa, esse meu "pé atrás" com o Grêmio - time, clube, etc. - vem de um bom tempo, tanto que uma "simples" vitória por 5 a 0, que eu sequer acompanhei, não me empolga de maneira alguma. Já me acostumei a criar grandes expectativas e no final as coisas acontecerem da maneira que não era aquela desejada. Creio que golear o Novo Hamburgo sirva para cumprir com uma obrigação histórica, ao invés de servir como parâmetro para o restante de uma temporada que promete. Promete, pois estamos começando uma Copa do Brasil que talvez seja uma das mais difíceis dos últimos tempos; promete, pois o 2º semestre nos reserva um Brasileirão interminável, e uma Copa Sul-Americana onde todos entrarão com sangue nos olhos; e promete, pois é ano de eleições.

Nos últimos tempos, os processos eleitorais, no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, tem o mau costume de serem dramáticos e/ou traumáticos. É só revisitar a história, sobretudo os últimos 15 anos (coincidentemente os que lembro). Desde as eleições de 1998, quando ganhou o oposicionista Guerreiro (a.k.a. artífice da quebra do Grêmio), as disputas políticas no clube se transformaram de uma maneira impressionante. Antes disto, o comum era que se fosse aclamado um presidente e, desde então, tivemos duas reeleições (Guerreiro, em 2000 e Odone, em 2006), uma aclamação (Obino, em 2002) e 3 eleições (Odone, em 2004 e 2010 e Duda Kroeff, em 2008). Muitos grupos políticos se formaram, só da última eleição eu lembro de 12 (!), o que se configura em uma fragmentação quase que impensável em décadas passadas.

Pela primeira vez terei o direito de participar de uma votação. Sou sócio-torcedor desde 07 de agosto de 2010 (sim, 2 dias depois disto), e já terei completado 2 anos de contribuições ininterruptas ao clube. E, claro, enquanto mais se aproxima o período eleitoral, mais cresce o interesse por estas questões, pelo histórico, e pelas alternativas que teremos. Já havia participado indiretamente da última campanha, sobretudo nos protestos contra o ex-presidente Duda Kroeff - do que, hoje, me arrependo amargamente. A atual gestão Paulo Odone é bastante criticada por muitos torcedores, consequência de diversas atitudes e posturas que simplesmente deletaram da memória do torcedor os bons mandatos anteriores. Ninguém nunca deve ter parado para pensar, mas, ao final do seu mandato, Odone terá sido o presidente com o maior período no cargo, nos 109 anos de história do clube (1987-1990, 2005-2008 e 2011-2012).

Atualmente, não se fala em eleições dentro do clube. O disparo das questões e disputas normalmente ocorre em meados de julho, para que o andamento da temporada - dentro de campo - não seja prejudicado. Não há um movimento forte "fora Odone" como houveram o "fora Obino" e o "fora Duda", e eu creio que seja pelo lobby fortíssimo que o presidente ainda conserva com parte da torcida - os mais "ceguetas". Os grupos, tanto situacionistas quanto oposicionistas já fazem reuniões visando a campanha do 2º semestre, porém nada muito exposto, apenas para demonstrar aos sócios a importância da existência dos grupos, claramente tentando captar novos integrantes. Desta vez eu não tomarei partido tão cedo, para não reinicidir no erro das eleições passadas.

Entretanto, é difícil não ser seduzido por propostas da oposição depois de analisar o contexto no qual a política gremista está inserido. Paulo Odone conseguiu neste ano uma proeza digna de um não-gremista: assinou contrato televisivo com a Globo, o que praticamente destroçou o Clube dos 13, órgão presidido pelo presidente campeão do mundo pelo Grêmio Fábio Koff. Fosse há algum, não muito, tempo atrás, a cabeça do deputado seria requisitada no Largo dos Campeões com honrarias de ditador deposto. Agora ele vem sugerir que, com a recente queda do manda-chuva da CBF (que eu me recuso a falar o nome), seja criada uma liga de clubes, objetivo que deveria ser, pasmem, do extinto Clube dos 13. Sinceramente, fica difícil até saber o que pensar nestes momentos, que dirá formular opiniões. Da "novela CBF" eu prefiro esperar os próximos capítulos.

A "novela Grêmio", que vem se arrastando nos últimos 11 anos sem qualquer vestígio de um final feliz para os torcedores, interessa, e muito. Estranhamente, Odone esteve envolvido nos principais capítulos, como a Arena, a Libertadores 2007, a Batalha dos Aflitos, a desastrosa temporada 2011, entre outros. Sem falar nas frases clássicas atribuídas ao mandatário, que ainda prefiro desafiar os leitores a lembrá-las, do que listá-las aqui. No final do ano, o Grêmio está de mudança, e qualquer gremista quer ver um clube organizado para as primeiras temporadas longe da Azenha. Este é o desafio dos postulantes ao cargo máximo dentro do clube, reoxigenar as ideias de futebol e a gestão, e minhas convicções dizem que não é um "mais do mesmo" que vai conseguir isto. Pois, como eu disse anteriormente, "não há nada tão bom que não DEVA melhorar".

Um comentário:

  1. Pô o Odone só quer saber da ARENA!
    Faço só uma pergunta: Porque ele apareceu na coletiva dos 5 a 0 no Novo Hamburgo? E nas outras partidas passou longe da imprensa?
    Oportunismo essa é palavra. Fugir da briga pra mim é covardia e não um ato de politicagem de um presidente que tem que aparecer para dar explicações em todas as partidas é OBRIGAÇÃO.
    E o Fabio Koff será que aparece para se candidatar?

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