domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eu vivi para ver!

Pela primeira vez em muito, muito tempo, o Gauchão terá ao menos uma final de turno com times do Interior do Estado! Sem clubismo, comemoro este resultado como se fosse uma vitória do próprio Grêmio, pois mostra a força do nosso futebol, esfregando na cara de muita gente que acha que só há futebol em Porto Alegre. A SER Caxias é o primeiro e merecedor finalista da Taça Piratini, vencendo o Grêmio na disputa de pênaltis após empate em 1 gol no tempo regulamentar. Em um final de semana com Festa da Uva em Caxias, gente que ainda não voltou do Litoral, e ingressos caros, um Centenário com quase tantos gremistas quanto grenás viu um ótimo jogo de futebol, com algumas boas alternativas e muita correria.

O início do jogo foi promissor para o Tricolor de Porto Alegre, visto que o Caxias preferiu uma postura mais retraída, esperando o time do estreante Vanderlei Luxemburgo, que fizera uma alteração na equipe, em relação àquela que venceu o Gre-Nal na quarta, com o ingresso de Marquinhos na vaga de Léo Gago. Fazendo a bola girar, preferindo jogar pelo chão, o Grêmio impôs um maior volume de jogo nos primeiros minutos, sem aquela intensidade do último jogo, porém com maior posse de bola. No entanto, chances de gol não eram criadas, e as únicas claras foram em contra-ataques: um "aos trancos e barrancos" proporcionado pelos caxienses, que Kléber desperdiçou (digamos que Paulo Sérgio salvou), e outro que Fernando recebeu sozinho na área, e preferiu o passe quando o chute era a única opção plausível.

O time grená aos poucos foi se soltando, principalmente fazendo a bola chegar no seu camisa 10, Wangler, canhoto de muito boa qualidade na armação, que cavou algumas faltas ao redor da área, além de organizar bem a equipe. No ataque, Vanderlei jogava por ele e por Caion, que esteve desaparecido nesta tarde de domingo. Sozinho conseguiu criar oportunidades, e dar trabalho a Victor. Fabinho, que era bem controlado com as investidas de Gabriel e Marcelo Moreno as suas costas, não conseguia ser uma das ótimas opções que o time possuia nos jogos anteriores. O primeiro tempo se seguiu de forma arrastada, com muita correria, muita marcação, e muitas, muitas faltas. Algumas delas até desleais, mostrando certo nervosismo em certos jogadores, especialmente Kléber, no Grêmio, e Lacerda, no Caxias.

Na 2ª etapa, o Caxias passou a gostar ainda mais do jogo, se aproveitando do fato de que a marcação gremista parecia confusa na meia-cancha, principalmente por conta da péssima atuação de Fernando, uma espécie de Adílson negro. Marco Antônio e Marquinhos ocupavam os mesmos espaços, dificultando a compactação, onde apenas Souza parecia ter alguma lucidez, inclusive tendo espasmos ofensivos, e emulando o lateral-esquerdo que Júlio César não foi no jogo. Entretanto, no momento em que o time de Paulo Porto mais se sentia a vontade no gramado, o Grêmio fez uma transição de ataque muito qualificada, terminando com a assistência de Marco Antônio para Kléber, que fez gol de um legítimo centroavante (que Marcelo Moreno também não foi, apesar da luta constante).

Aí, então, foi o Tricolor quem começou a tomar conta do jogo. Não que grandes chances de gol tenham sido criadas, mas o controle estava definitivamente com o Grêmio. Mas, claro, um jogo eliminatório só termina quando o árbitro apita o final, por mais que um time esteja melhor, a corda precisa estar esticada o tempo todo. O Grêmio seguiu marcando muito forte, empilhando cartões amarelos - assim como o Caxias -, e, em uma destas faltas, o Caxias achou o gol de empate. Bola erguida da direita, Naldo e Gilberto Silva pularam pouco, e o recém-ingressado Marcos Paulo, de apenas 17 anos, fez o gol que levaria a decisão para os pênaltis. Victor ainda faria defesa assombrosa em testaço de Lacerda, após escanteio, e evitou a vitória grená ainda no tempo normal, o que não teria sido nenhum absurdo.

Nas penalidades máximas, não há parâmetro de análise, vence quem estiver com o pé melhor calibrado, ou quem tiver o goleiro mais competente (ou sortudo). E nestas horas os herois aparecem. O goleiro Paulo Sérgio, que foi pouquíssimo exigido nos 90', pegou a 4ª cobrança gremista, de Marco Antônio, e fez o gol que decidiu a série em 5-4. Caxias na final da Taça Piratini, com todos os méritos, especialmente por ter tido a melhor campanha na 1ª fase do turno, juntamente com o ótimo Novo Hamburgo, que terá minha torcida no jogo de logo mais contra o Juventude. Fico muito feliz pelo futebol do Interior, que finalmente decidirá um turno do Estadual, e terá seus instantes diante dos holofotes. Que os dirigentes da alta cúpula da FGF olhem com um pouco mais de carinho para os "quadros chicos" do RS.

Antes do Esquecimento
  • Em um jogo impressionante, o Liverpool ganhou, no início da tarde de hoje, a Carling Cup, a Copa da Liga Inglesa. Enfrentando em Wembley a zebra Cardiff City, do País de Gales, o time de Dalglish teve imensas dificuldades contra um time da Championship. 1-1 no tempo normal, mais um empate em 1 gol na prorrogação, com o empate do Cardiff saindo aos 13' do 2º tempo, tendo muitos jogadores mancando e com cãimbras no campo. A vitória dos Reds veio nos pênaltis, por 3-2, com os jogadores errando a metade das 10 cobranças feitas.

Um comentário:

  1. Gurizada parabéns pelo blog. Eu li algumas cronicas e está muito bem feito. Acho muito legal essa mistura de futebol mega bem detalhista que eu gosto muito que é o seu caso né Jhon com a cafajestagem/pilantragem do Carlos Cabelo! Parabéns novamente!
    Tá mas responde aí o Luxa com reforços que estão chegando como ele vai montar o time? E o qual seria o ideal? E fala a real como tu consegue desenvolver um trabalho serio com um cara que o titulo da cronica é " A menina do segundo grau"? Mas admito que li, ri e gostei pra caramba muito bom é a cara do CARLOS CABELO mesmo!

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