segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O melhor ataque é a defesa

"Força aérea Tricolor", muito ouvi este termo nas transmissões dos jogos do Grêmio, desde os tempos de centroavantes e zagueiros que iam às áreas adversárias para garantir pontos importantes e até títulos. No sábado houve um "revival" desta saudosa época, em que o time da Azenha era respeitado pela sua força e pragmatismo. E, realmente, foi uma vitória pragmática, sem jogar um belo futebol, mas com relativa segurança, e controlando o confronto na maior parte do tempo. Ainda me desagrada ser necessário um "fato novo" para que o time acorde nos jogos e vá ao ataque. Me acostumei a ver um Grêmio impetuoso jogando em seus domínios, que invadia o campo adversário desde o apito inicial, e penso que Caio Júnior precise rever isto.

Os primeiros momentos do jogo foram de uma modorra impressionante, onde o Grêmio errava passes, mesmo com a maior posse da bola, não criava chances, e ainda as propiciava para o Galo do Vale do Rio Pardo. A única boa notícia da noite estava sendo a entrada de Gilberto Silva, que comprovava uma teoria pessoal: volante deve ter mais de 1,80 e bater até na mãe, se necessário; Gilberto é um pouco mais "classudo" que a necessidade de quebrar todas as jogadas, mas tem a firmeza ideal para a função. Não fosse o experiente pentacampeão mundial, a defesa já teria feito água antes dos 17', tempo da abertura do placar no Olímpico; depois de cobrança de falta da direita, a bola viajou por toda a área, Victor não saiu, Roberto Jacaré começou a linha de passe e Cristiano só escorou para as redes, para festa do único torcedor do Santa Cruz no estádio.

O gol alvinegro ligou o time gremista, que em menos de 1 minuto já tinha o 2º escanteio consecutivo a seu favor, de onde nasceu o gol de empate: cabeçada de Marcelo Moreno no travessão e, no rebote, Naldo tocou sobre Ricardo. As tentativas se davam apenas por intermédio das jogadas aéreas, abusando dos cruzamentos, uma vez que Marquinhos e Marco Antônio (de novo!) estavam apagados na partida, e os laterais eram itens decorativos no gramado (Gabriel um pouco menos que Collaço). Aos 24', o Grêmio copiou a receita do Santa Cruz e, depois de córner cobrado por Marquinhos, Naldo puxou a linha de passe no 1º poste, e Douglas Grolli chutou forte para virar o placar. Dali em diante o time se reorganizou, passou a botar a bola no chão e dominar a partida.

Taticamente, o Grêmio procurou apertar um pouco mais o Santa Cruz, jogando avançado tanto com quanto sem a bola nos pés. Antes do final da 1ª etapa, houveram umas 2 ou 3 chances de gol para o Tricolor, e um pênalti absurdamente não marcado sobre Marcelo Moreno. No início do 2º tempo, o 3º gol gremista, o 3º gol dos zagueiros na noite de futebol "pré-balada" de sábado. Em escanteio que veio da esquerda, e passou por todo mundo, Kléber dominou e alçou com perfeição para Naldo aparecer de surpresa e definir o 3-1 no placar. Parecia que era o gol definitivo, que a partida estava morta. Ledo engano. O Galo passou a atacar com mais frequência, e quase diminuiu em 2 oportunidades. Com meia hora da etapa final, o Grêmio finalmente deixou os quase 7 mil presentes no Olímpico mais tranquilos, sacramentando a vitória com o 4-1.

Aí, no 4º gol, uma situação diferenciada, pois 2' antes, Caio Júnior tinha trocado Gabriel por Edílson, e eu já preparava a corneta. Um segundo depois de eu pensar em xingar, Edílson acerta seu 2º ótimo cruzamento, e coloca a bola na cabeça de Kléber, que não tem dificuldade alguma em tirar de Ricardo. Mesmo assim, sigo reinvindicando maior inteligência do treinador gremista na hora de fazer suas trocas. A entrada de Edílson é até aceitável se formos comparar com as outras 2 trocas, de Marquinhos por Guilherme Bittencourt e de Kléber por André Lima - uma por quem saiu, e outra por quem entrou; Marco Antônio, o pior do Grêmio em campo, jogou os 90', algo inexplicável, enquanto Leandro poderia ter entrado na vaga de Kléber. Se o mundo fosse justo, André Lima sequer seria alternativa no banco de reservas.

O jogo terminou com a primeira atuação mais tranquila, onde o time não correu (muitos) riscos, e a questão tática já foi um pouco menos problemática que nas partidas anteriores. A defesa segue com problemas seríssimos, apesar de não ter sido muito exigida no confronto de sábado, e o sistema de ligação também está deficiente. Com todo o respeito, mas Marco Antônio não é jogador para atuar em um time da grandeza do Grêmio. Consolidam-se Gilberto Silva e Fernando como dupla de volantes, e aí já existe uma questão a ser resolvida: Fernando levou o 3º cartão amarelo, e não joga contra o São José. Mesmo com a paciência no fim, acredito que, no final das contas, o quebra-cabeças se completará. Com ou sem #CaiOJúnior.

Nos Acréscimos
  • Começou o Torneo Clausura da temporada '11/'12 do futebol argentino, com jogos na sexta, no sábado, ontem e hoje teremos o fechamento da rodada. Acompanhei Vélez Sarsfield e Godoy Cruz, em Liniers, ontem à noite, e foi um ótimo jogo de futebol. Empate em 1-1, gols do estreante Mauro Obolo, para o Fortínero, e Castillón para o Tomba. Destaque para a estreia de Insúa, que entrou ainda no 1º tempo na vaga do "Mago" Ramírez, contundido. São 2 ótimas equipes, e que prometem fazer campanha na Copa Libertadores.
  • O atual campeão, o Boca Juniors, começou a defender o cinturão portenho contra o Olimpo, na Bombonera. Ótima vitória por 2-0, com muito boa atuação de Riquelme, que parou de "correr como um idiota", e deu assistência genial para o 2º gol, de Mouche. Cvitanich abriu o marcador. O Lanús, também na Libertadores, recebeu e goleou o San Lorenzo por 4-1, com 2 gols de Mariano Pavone. O último representante argentino em "La Copa" estreia hoje: o Arsenal vai a Santa Fé enfrentar o Cólon, as 22h10, horário brasileiro de verão.
  • Reforço os agradecimentos feitos pelo colega Carlos Paiva a todo o pessoal do Esporte Clube São José envolvido nesta grande oportunidade a qual está nos sendo propiciada, em especial ao Sandro Neguetti e ao Paulo Matos, e dizer que buscaremos retribuir a esta chance com o maior esforço possível. Não será minha primeira experiência no Zequinha, ainda que esta seja a primeira oficial. Tudo que eu disser a mais que disse o Carlos, estarei sendo repetitivo, portanto, apenas endosso o compromisso e a grande responsabilidade que o "Vida Cancheira" terá neste novo desafio.
P.S.: O "É Só Fazer" é um extinto blog galhofeiro e não-profissional deste escriba. Qualquer menção ofensiva, eu peço encarecidamente que seja relevada. Ao contrário do "Vida Cancheira", àquele blog não tinha um cunho de seriedade.

3 comentários:

  1. Olá Jhon!
    Meu será que esse tal de Bertoglio chega pra resolve o problema da camisa 10 (como diz o Carlos)? O Grêmio n pde ficar apostando?
    Dando uma resposta melhor q a do Marco Antonio ja tamo no lucro. Mais é o suficiente pra ganahr algo GRANDE nesse ano?

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  2. O Grêmio precisa reagir.
    Qro ver meu time na LA do ano q vem.
    Ou tere4mos outro ano de meio de tabela?

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  3. Willian,
    O Bertoglio tem as características de um winger, como o Escudero, o Dátolo, para ficar nos exemplos da dupla Gre-Nal, mas pode jogar mais centralizado, como fazia no Cólon, antes de ir para a Ucrânia. Infelizmente não é o suficiente. Aliás, falta muito para termos condições de brigar por algo decente.

    Cláudio,
    Concordo, e a ideia geral é essa: inaugurar a Arena jogando a Libertadores. Ainda é um pouco cedo para tirarmos conclusões sobre toda a temporada; se as coisas se mantiverem neste patamar, a tendência é repetirmos o ano passado. O time precisa ser reforçado, e muito.

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