Os Ultras, tipo de torcida bastante popular na Europa, e em alguns países da Ásia e norte da África, em muitos casos, o que veremos mais adiante, assumiram este papel, e se caracterizam por sua postura em relação as condições político-sociais de sua nação, e até mesmo de outros lugares, tendo em vista o mundo extremamente globalizado no qual estamos inseridos. Pois bem, os Ultras do Al-Ahly participaram ativamente das manifestações no Egito, no início do ano passado, as quais forçaram a renúncia do ex-presidente e ditador Hosni Mubarak, e, desde então, eles estão posicionados contra qualquer ação que remeta ao governo anterior, principalmente se considerarmos que a junta militar que hoje governa o Egito tem ligações muito estreitas com o antigo governante. Seguidamente nas partidas do Ahly são vistas faixas e ouvidos gritos de guerra indicando o descontentamento do grupo com a atual situação do país, e na partida contra o Masry não foi diferente. O que diferenciou foi a reação dos "torcedores" do Masry, que, com o aval da polícia local, não teve dificuldades para invadir o setor onde se localizavam os visitantes. Coloco entre aspas, pois não é correto afirmar que foram realmente torcedores do Masry que fizeram isto, já que existe a suspeita de infiltração de grupo pré-Mubarak entre a multidão de simpatizantes do clube de Port Said.
Esta "inserção política" no futebol egípcio me motivou a uma breve pesquisa, na qual identifiquei um site (ótimo, por sinal), que fez uma análise sobre o assunto. Então, ao invés de me apropriar de informações alheias para formar uma tese, vou linkar o texto aqui no "Vida Cancheira", até para que todos possamos ter argumentos, embasamento e margem para buscar mais informações e discutir sobre o assunto sem correr o risco de cair no senso comum de que o ocorrido no Egito foi apenas questão de rivalidade futebolística.
Especial Futebol (I): Torcidas Organizadas e orientação política, do Passa Palavra.Além dos casos citados na matéria acima, vou um pouco adiante, ultrapassando as questões políticas. Sou um fã declarado do futebol e do rock'n'roll argentino, e um curioso acerca da história de ambos; mal sabia eu, no início de minhas leituras, que a música e o comportamento das torcidas tinham muito a ver no país de nossos hermanos. As crises econômicas vividas pela Argentina entre os anos 80 e 2000 afloraram nos roqueiros locais sua indignação com o contexto da nação, que foi transformada em letra e melodia, destacando a pobreza, a desigualdade, entre outros fatores em destaque à época. As barra-bravas, identificadas com isto, e compostas basicamente por jovens das classes mais baixas da sociedade portenha, passaram a massificar o consumo deste gênero musical e a se inspirarem nele para criarem suas canções levadas às arquibancadas. O artigo da Wikipédia que fala sobre o rock barrial na Argentina explica com maior riqueza de detalhes, e com mais fontes disponíveis (e confiáveis) para profundamento no assunto. O que podemos tirar de lição, é que não são apenas questões esportivas que diferenciam grupos torcedores de determinados clubes de futebol (isto que este é um blog que trata apenas de futebol; esportes como o basquete são extensões da matéria), que nem só questões de rivalidade purista são causadoras de conflitos. O futebol, dentre outras coisas, é um grande catalizador do ambiente que o rodeia.
Parabéns Jhon pelo trabalho que fizeste com a cronica acima.
ResponderExcluirMeus cumprimentos. Muito bem feito esse teu trabalho sobre o incidente no Egito. Já estou falando a horas tu e o Carlos tem é que ir pra uma RBS da vida ontem! Essa matéria foi muito bem montada.
ResponderExcluirE também ressalto a humildade do Carlos em reconhecer tal trabalho e também gosto dos textos dele. (menina do segundo grau e tals)
Vcs formam uma baita dupla!
Parabéns a ambos.
Muito bom o texto. Teve fonte e tudo mais.
ResponderExcluirOlha como disse o Carlos e o Willian está de parabéns!
E olha leio muito blogs de gente que nõa é da imprensa mas o de vcs é o melhor disparado.