quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Não é uma barbada

Na noite de ontem tive o prazer e o desprazer de assistir à estreia do Club Atletico Boca Juniors, na edição 2012 da Copa Libertadores da América. O prazer, pois ver aquela camisa azul e ouro em uma partida de Copa é algo diferenciado, que carrega uma mística toda particular, seja qual for a qualidade do time. O desprazer foi apenas pelo decorrer do jogo, uma partida lamentável, que não seria sequer digna de nota, não fosse o clube envolvido - no caso, o Boca. A despeito do adversário, o Zamora, diria que ele deve muito aos adversários do maior rival xeneize, na Primera B Nacional. Impressionante notar as deficiências extremas do time venezuelano, que tratou de fazer meia-linha, e não deixar o time de Falcioni jogar.

A falta total de inspiração do time argentino apenas endossou, carimbou e aprovou a tática do alvinegro venezuelano. Se eu for detalhar o que de importante aconteceu na partida em Barinas, sequer sairia deste parágrafo, o que, na verdade, é a minha maior vontade no momento. A transmissão da Fox Sports Latina, ao final da partida, desculpou-se com seus telespectadores, pela (falta de) qualidade do espetáculo. A destacar-se, falando em espetáculo, na festa que a torcida zamorana proporcionou ao final da partida, com um foguetório interminável, como se o time tivesse sido campeão da Libertadores - de certa forma, a questão moral envolvendo a partida fazia o time da casa merecer um troféu, simplesmente por anular o gigante Boca.

Muita gente pode cobrar do Boca, mas é bom lembrar que era apenas a 2ª partida oficial do time em 2012, claro, se não contarmos os "Torneos de Verano" que envolvem clássicos, mas sem a obrigação da soma dos 3 pontos. Enfim, o Zamora, campeão do Clausura '11, fazia sua 6ª partida oficial este ano, e mostrava maior ritmo de competição, aguentando os 90' com relativa tranquilidade. A única chance de gol de verdade na partida saiu da cabeça do estreante Santiago Silva, aos 43' do 2º tempo, que mandou uma bola no pé do poste esquerdo do goleiro Forero, que ainda contou com a sorte da bola voltar mansa em seus braços. 0 a 0 marcado à brasa no placar.

Bom, muitos podem pensar: "ah, o Boca não é esse bicho-papão que estão pintando". Este empate, particularmente, me amedronta, pela tradição xeneize de esconder muito bem o jogo na 1ª (ou 2ª) fase da Libertadores, se classificar "a pau e corda", e nos mata-matas soltar suas feras. Em 2007, seu último título, foi assim, quando se classificou na bacia das almas, metendo um bizarro 7-0 no Bolívar, no último jogo, e abrindo as ferramentas copeiras nas oitavas-de-final, contra o Vélez - até chegar no massacre final que prefiro não relembrar aqui. Os argentinos só voltam a campo em 7 de março, para um dos jogos mais esperados da 2ª fase, quando receberão o Fluminense, em La Bombonera. A esperança é que ambos estreem, de fato, neste jogo.

Nos Acréscimos
  • Após Zamora-Boca Juniors, enfrentaram-se, pelo Grupo 8, Atletico Nacional e Universidad de Chile, em um jogo onde havia grande expectativa, pelo estilo ofensivo dos times de Escobar e Sampaoli. Consegui acompanhar apenas a 1ª etapa, de um ótimo jogo de futebol. O time de Medellín apostou alto nos chutes de média e longa distância, na velocidade de Pabón e Álvarez e na marcação alta, no campo do adversário. Deu certo, e aos 28' Valencia, ex-Atletico Junior, acertou um canhão em rebote de escanteio, abrindo o placar. O jogo terminou 2-0, o 2º gol marcado por Pabón, aos 35' da 2ª etapa. Destaque positivo para o ótimo zagueiro Alexis Henríquez, que já havia feito ótima Libertadores ano passado, pelo Once Caldas, e destaque negativo para a insistência do time chileno em não jogar com a bola no chão. Além deste jogo, pelo Grupo 7, mais cedo, o Defensor venceu o Deportivo Quito por 2-0, em Montevidéu.

Um comentário: