sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bolo de obrigação, sem recheio

(nem tão) Breve, rápido e rasteiro, sem muitas delongas, que já houveram para o post sobre o assunto entrar no ar. Deu a lógica, e o Grêmio segue firme e forte em busca do pentacampeonato da Copa do Brasil, e a vitória sobre o Ipatinga deu ao Tricolor o passaporte para as oitavas-de-final da competição. Na próxima fase, provavelmente o time de Vanderlei Luxemburgo enfrentará o Fortaleza, que, no 1º jogo da 2ª fase, aplicou sonoros 4-0 no Náutico, no Presidente Vargas. O caminho gremista para as próximas fases parece delimitado: a Portuguesa também se garantiu nas oitavas-de-final, e pega o vencedor de Remo e Bahia (os paraenses ganharam a 1ª, em casa, por 2-1). E sigo firme com minhas convicções do último post: o Grêmio só não irá para as semi-finais da Copa do Brasil, caso aconteça um desastre de proporções raramente vistas.

A partida da quarta-feira mostrou, mais uma vez, a impressionante eficácia do time gremista, e que minha teoria sobre gols cedo é fatal: o Tricolor abriu o placar logo aos 2' (e eu ainda sequer havia entrado no estádio) com Facundo Bertoglio, em grandiosa assistência de Marco Antônio, voltando de lesão. O camisa 11 gremista, entretanto, deve ter acertado somente aquele passe na 1ª etapa. Esta foi a rotina do time nos 45' iniciais, o desperdício absurdo de passes, e a cedência da posse de bola ao Ipatinga, uma estratégia para procurar matar o jogo nos contra-ataques, o que, obviamente, não funcionou no 1º tempo. O jogo seguiu em um banho-maria que chegava a ser sonolento para alguns, e irritante para outros, pois não se via uma vontade objetiva de impor um massacre sobre os mineiros.

Bom, eu nunca quis espetáculo vindo do time que veste azul, preto e branco, sempre preferi o futebol-força, eficiente, feio e vencedor. O que mais me surpreende é ver à margem do gramado aquele cidadão de camisa e calça social, que aprendemos a nutrir ojeriza ao longo dos tempos. Sim, Vanderlei Luxemburgo é, no meu ver, o maior responsável por esta mudança na cara do time em relação aos 40 (medíocres) dias de Caio Júnior no comando técnico do clube. Com as mesmas peças o (perdão, Deus, pela heresia!) limão virou limonada, e as coisas se estabilizaram, ainda que o time esteja indo a campo recheado de desfalques. Sem contar que o comportamento do grupo mudou muito, da passividade para a indignação, o time tomou para si uma postura pró-ativa, mesmo quando não propõe o jogo (considero que pro-atividade, no futebol, não seja atacar 100% do tempo).

No entanto, tecnicamente, o time segue devendo coisas que deveriam vir do pacote básico. Como eu destacava anteriormente, o time foi incapaz de acertar mais que 2 passes em sequência no campo ofensivo. Além disto, a atuação defensiva, como de costume (!), foi abaixo da crítica. No início do 2º tempo, o Ipatinga teve uma bola marcada, dentro da área gremista, e o atacante mineiro conseguiu a proeza de mandar no portão 20. Gilberto Silva quebra um galho bacana na defesa, mas não é zagueiro; Werley eu sequer sei o que é - qualquer coisa, menos jogador de futebol. Os laterais, sobretudo Gabriel, são um desaforo para com o torcedor. Ao menos o supracitado de 400 mil no contra-cheque e Pará foram esforçados, distribuíram carrinhos e bicos para a arquibancada, para orgasmo dos incautos.

No início do 2º tempo, Luxemburgo fez a alteração que condenaria meu destino naquela noite: trocou Bertoglio por Ezequiel Miralles, aplaudido por 15.774 dos presentes no estádio, menos este escriba, que balançou a cabeça negativamente, tanto pelo que saiu, quanto pelo que ingressou no gramado. Andei destilando meu ódio contra Miralles, jogador que tem o dom muito interessante de irritar durante 98% do tempo os 2% da torcida que efetivamente prestam atenção no jogo, mas que em 2% do tempo provoca sensações fortemente prazerosas nos 98% dos torcedores que só veem o básico no gramado. Aí o cara que se mantém constantemente mal posicionado, na banheira, errando passes e chutando torto, mete um golaço para calar a boca de quem pensou em criticar. Grêmio 2 a 0. Falei na hora que daria um desconto para o argentino, mas é mentira, seguirei pegando pesado, até que a língua vire churrasco.

Léo Gago, na sua característica, o míssil de média/longa distância, fechou o placar e o caixão do Ipatinga. E assim segue o baile da participação Tricolor na Copa do Brasil, com 4 vitórias em 4 jogos, contra adversários de pequeno porte, o time não vem fazendo mais que sua obrigação. Futebol "às verda", sangue, suor e lágrimas, eu prefiro que seja economizado para as fases decisivas, quando realmente será necessário, sobretudo se o time seguir fortemente desfalcado, o poder de superação e da mística remera precisará entrar em campo. O foco nas 2 próximas semanas se volta para o Gauchão, e já no próximo domingo o Grêmio recebe o Ypiranga, pelas quartas-de-final da Taça Farroupilha, as 16hs. Pela Copa do Brasil, o time só voltará a campo na semana do dia 25.04, ainda no aguardo do adversário, e do sorteio dos mandos.

Um comentário:

  1. Que tipo de jornalista que dá uma reportagem tanto tempo depois??? Aquele que tem crédito é o teu caso e do Carlos vcs fazem um baita trabalho!
    E uso o termo do Carlos: Copeiro até o fim.
    E as projeções contra o Fortaleza? Acho q tem q ter cuidado.
    E bem feito #ChupaR10 e #Chupaflamengo
    Mas ainda sou delicada...ahsuahaus

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