segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vídeotape

Em 4 dias, 2 jogos; em 2 jogos, 7 gols. 2 goleadas, 2 classificações em 2 campeonatos diferentes. E mesmo assim, este é um time que não joga um futebol brilhante. Pois é, esta é a rotina do Grêmio na temporada '12, fazendo "o necessário, somente o necessário" para ir galgando etapas e consolidando uma ideia de conjunto. Me perguntaram o que eu achava do Luxemburgo, quando ele foi anunciado. Confesso que tinha uma certa rejeição ao nome, mas repensei, e no post "O Médico e o Monstro", de 22 de fevereiro, exponho alguns aspectos positivos que o treinador poderia agregar ao clube. Assim vem sendo feito, com tranquilidade para trabalhar, as coisas acontecem com muito mais naturalidade, e a famosa "mão do técnico" começa a aparecer claramente. Luxa parece estar se reencontrando com o grande técnico dos anos 90, e a cada partida solidifica mais e mais seus conceitos.

O que aconteceu ontem no Olímpico foi um mais do mesmo, um repeteco do jogo da última quarta-feira. A diferença foi o adversário que veio extremamente retrancado, pois tinha consciência que a derrota significaria, além da eliminação no campeonato, o rebaixamento, só ainda não sacramentado pela teórica possibilidade de título (!) que o Ypiranga tinha. A eficácia do posicionamento proposto por Leocir Dall'astra durou pouco mais de 30', dentro dos quais o time de Erechim só conseguiu passar do meio-campo em 2 oportunidades. Luxemburgo, por sua vez, escalou praticamente o mesmo time da última partida, apenas poupando Bertoglio para o ingresso de Miralles, que nas coletivas da semana foi praticamente escalado pelos jornalistas, e, aliás, jogou o seu futebolzinho medíocre de sempre, enganando somente as chinas de fronteira da torcida gremista.

Werley resolveu entrar no mesmo clube de Naldo e Grolli, zagueiros ridículos, que não cumprem suas funções básicas, mas sempre aparecem na área adversária para marcar seus golzinhos. O camisa 34 marcou 2, o primeiro e o último, e foi eleito por uma das emissoras de rádio que cobriram o jogo como o "craque da partida". Eu deveria ter bebido antes do jogo para cair em tamanha falácia. Nas pouquíssimas vezes em que o Ypiranga visitou a área gremista, Werley foi protagonista negativo, inclusive deixando um avante canarinho executar um giro dentro da área, no 2º tempo, na melhor chance de gol que os visitantes tiveram. Pará e Gabriel seguem medíocres, ardendo de ruim, ainda que o lateral-direito tenha dado ótimo passe para o 2º gol, marcado por André Lima, 1' depois da abertura do placar.

E, mesmo com a assistência, Gabriel foi sacado no intervalo para dar lugar a Edílson, este que sempre ingressa bem nas partidas, mas desde 2010 os treinadores o olham com certa indiferença (ou com o reflexo dos R$ 400 mil mensais que recebe o titular). No início do 2º tempo, em jogada muito confusa, com um bate-rebate na entrada da área do Ypiranga, a bola sobrou para Fernando (em posição legal) fuzilar o seu xará Vizzotto, e marcar o 3º gol Tricolor. Daí em diante, o time de Erechim mal tocou na bola, o Grêmio seguiu administrando, e esperando o momento certo, se é que ele apareceria, para tentar marcar mais gols. Algumas chances foram criadas, e a dupla Miralles e Marquinhos desperdiçaram 2 vezes cada um. Werley, como destaquei anteriormente, fecharia o placar a menos de 10' do fim do jogo.

Me impressionou, novamente, a entrada de Felipe Nunes. Não havia falado nele depois da última partida, mas o canhotinho mostrou muita habilidade com a bola nos pés, e muita inteligência para organizar as jogadas. Se tiver seus fundamentos bem trabalhados, pode roubar a vaga de Marco Antônio no time titular. O trio de volantes está consolidado, talvez a única certeza absoluta no atual time gremista, além da titularidade de Victor. E, mesmo com algumas incertezas, o time segue eficiente, fazendo resultados, e indo adiante nos seus compromissos; com Caio Júnior, duvido que o time teria se classificado para as quartas-de-final da Taça Farroupilha. Agora está nas semi, onde enfrentará o Canoas, também no Olímpico, as 16h do próximo sábado. Jogo de baixíssimos riscos. Me atrevo a dizer: que venha o Gre-Nal.

Antes do Esquecimento
  • Lendo a imprensa "especializada" na manhã de hoje, me deparo com este post. Só me resta dar risada. Mais de 15 mil pessoas no estádio, para uma partida com pouquíssimos atrativos, onde a vitória gremista era praticamente certa, o adversário era medíocre... O cara quer casa cheia? Com os ingressos mais baratos a absurdos 40 reais? O pior é saber que, com a inauguração da Arena, o acesso dos torcedores mais "humildes" se tornará ainda mais complicado. E a direção espera 40 mil por jogo no novo estádio. Vão esperando sentadinhos, do jeito que eles querem os torcedores...
  • Finalmente o Boca Juniors perdeu a liderança do Clausura! A derrota na noite de ontem, para o rebaixável Tigre, por 2-1, em Victoria, alçou o Newell's Old Boys à ponta, com os mesmos 20 pontos dos Xeneizes. O Matador, aliás, tem um jogador que deveria ser melhor analisado, e que marcou um belo gol de falta: Diego "Cachete" Morales, enganche de 25 anos e muita qualidade técnica. Da mesma estirpe de Conca e Bottinelli, argentinos de sucesso aqui no Brasil. Será que estão esperando Cachete brilhar no Chile para fazerem alguma tentativa?
  • No Clasico de Avellaneda (ao meio-dia do sábado!), o Independiente recebeu e goleou o Racing, de virada, por 4-1. Destaque negativo para Teófilo Gutiérrez: o brigão atacante colombiano abriu o placar, mas arrumou algumas confusões, primeiro com Sergio Pezzotta, o árbitro do confronto, que o expulsou, e com o capitão Sebastián Saja, já nos vestiários, inclusive sacando uma arma de brinquedo (!) para ameaçar o ex-goleiro do Grêmio, como consta no Diario Deportivo Olé. Imbecil e genial na mesma proporção. Além disto, Alfio Basile não treina mais La Academia, dando lugar a Luis Zubeldía, de 31 anos, ex-técnico do Lanús.

Um comentário:

  1. Será que o Chicão (do corinthias) que o Grêmio recusou n seria uma boa? Ele é mto melhor que qualquer zagueiro hj do Gremio.
    E concordo que venha o Grenal!

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