quarta-feira, 4 de abril de 2012

Caminhão granate

Eu, pelo menos, não anotei a placa, que dirá os jogadores do Olimpia, time amassado pelo trator argentino em Lomas de Zamora. Foi uma partida completamente atípica, onde algumas atuações individuais comprometeram todo o planejamento de Gerardo Pelusso, comandante dos paraguaios, e contou muito a perspicácia tática do treineiro do Lanús, Gabriel Schürrer, que aproveitou muito bem os "furos" deixados pelos tricampeões da América. A partida até começou equilibrada, com o próprio Olimpia querendo propor jogo, não se acovardando diante do adversário, mas, logo aos 13', o Lanús começou a usufruir da Avenida Ariosa, aberta do lado direito de ataque do time do Lanús: a jogada foi toda feita as costas do lateral uruguaio, e Mariano Pavone aproveitou o cruzamento para abrir o marcador.

Não diria que o gol foi injusto, porém o Olimpia jogava bem, nem de longe era pior que o Lanús. O gol destroçou o time paraguaio no aspecto emocional, e não teve jeito de reequilibrar a situação. Marchesín até foi levemente exigido, em chutes de longa distância, fora isto, o Olimpia foi um time estéril ofensivamente. Até que, 15 minutos depois do 1º gol, o Lanús aumentou. Depois de troca de passes próximo a área paraguaia, Camoranesi encontrou o ótimo lateral-esquerdo Balbi, que cruzou na marca do pênalti, onde o próprio italo-argentino apareceu para cabecear firme, e contar com falha do goleiro Martín Silva. 2 a 0 Lanús, contra um time totalmente desestruturado e nervoso. Faltava mais alguma coisa? Sim, faltava.

Cerca de 5' antes do final da 1ª etapa, Vladimir Marín, um dos principais jogadores do Olimpia, sentiu lesão no joelho, e precisou ser substituído. Ali acabava o jogo para os visitantes, e não é nada contra Hobecker, que entrou em seu lugar, mas é que o colombiano é realmente importante. Enfim, veio o 2º tempo, e com ele o término do serviço. Aos 9', Pavone; para variar, depois de jogada pela direita. Aos 25', Regueiro, no gol mais constrangedor para o time paraguaio. O uruguaio foi lançado nas costas da esquerda (que dúvida...) da defesa, pode se enrolar com a bola, girar, retomar carreira, sem que qualquer homem de preto o acossasse, ajeitou para o pé esquerdo, e jogou no canto direito do seu compatriota Silva.

Seguia o colapso defensivo do Olimpia. 7 minutos mais tarde, Valeri, em uma bomba de longe, aumentou o massacre. E em mais uma jogada onde a defesa paraguaia foi pega de calças curtas (desta vez Nájera), Silvio Romero foi lançado, e sem qualquer vestígio de marcação, fechou o caixão do adversário. Se este jogo se repetisse algumas vezes, nunca o resultado seria o mesmo. Mas, quando valeu, o 6-0 aconteceu, maior goleada desta edição da Copa Libertadores da América. Agora o Lanús é líder do grupo 2, e caso o Flamengo não vença o Emelec, hoje à noite, estará classificado. Aliás, a situação do rubro-negro, com o resultado de ontem, não é tão simples. É obrigatória a vitória na noite de hoje, em Guayaquil.

Por falar em cariocas, o Vasco se encaminhou muito bem rumo as oitavas-de-final. Venceu o Alianza Lima, no Peru, por 1-2, com 2 golaços de Fellipe Bastos. Amanhã jogam Libertad e Nacional, em Assunção. Em caso de vitória paraguaia, o Vasco e o próprio Libertad garantem as 2 vagas do grupo 5. Fechando a rodada da terça, pelo grupo 6, o Deportivo Táchira manteve-se invicto na Venezuela, conseguindo seu 3º empate. A "vítima" da vez foi o Cruz Azul que, assim como o Corinthians, foi obrigado a buscar o ponto no final da partida. Mesmo assim, paulistas e mexicanos já estão praticamente garantidos na próxima fase. Na semana que vem, o Timão enfrentará o Nacional, no Paraguai, e poderá acabar com a brincadeira em mais um grupo.

Antes do Esquecimento
  • Tristeza e luto. Ontem a tarde faleceu, aos 77 anos, o grande Aírton Ferreira da Silva, o Aírton Pavilhão, considerado por muitos o maior zagueiro da história do Grêmio, e do futebol gaúcho. Na segunda-feira o Grêmio lançou camisa alusiva ao time de 1954, coincidentemente o ano de estreia do zagueiro no clube. Estou absolutamente chateado, mas sempre serei grato a quem honra o manto tricolor, sobretudo aqueles que ajudaram e ajudam a escrever a nossa história. Acredito que o sentimento de todos os gremistas seja o mesmo.
  • Em compensação, do outro lado da José de Alencar, festa. O Sport Club Internacional completa neste 4 de abril 103 anos de existência, glórias e conquistas. Acima da rivalidade, há o respeito e o reconhecimento à história do co-irmão, celeiro de ases, e gigante pelos seus feitos. Hoje o Inter recebe o Santos, pela Libertadores, e certamente teremos, além de um jogaço de bola, uma linda festa feita pelos torcedores e para os torcedores. Parabéns, nação colorada!

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